“As pessoas estão saindo a torto e a direito. É difícil manter qualquer protocolo”, reclama César Ferreira, presidente da recém-criada Apressa, uma associação de bares e casas noturnas da região do Itaim Bibi e Vila Olímpia. Dos vinte associados, ao menos cinco já foram multados, acusados de descumprir as normas sanitárias da pandemia (Mubarak, na Faria Lima, um dos vinculados, fez uma festa para 600 pessoas com ingressos a 300 reais em maio).
Multado em setembro, César é proprietário do bar Mahau e ainda sonha em receber tratamento VIP por parte da força-tarefa liderada pelo deputado Alexandre Frota. “Existem as festas clandestinas, o que para nós é péssimo. E existem as casas que, por necessidade, esticavam o horário ou descumpriam algo, mas não são clandestinas. Acho que caberia um outro tipo de tratamento”, argumenta.
A associação começou a se desenhar após reuniões de representantes de bares com a força-tarefa de Frota e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, quando se planejavam os chamados eventos-teste. “Queremos sentar com a Vigilância Sanitária para elaborar um protocolo para todos os associados”, diz Ferreira. “Hoje o problema é o desentendimento com os agentes da vigilância. Cada fiscal responde [sobre as normas vigentes] de um jeito e a sensação é que nem eles sabem o que está valendo”, afirma. “O foco [da força-tarefa] eram as festas clandestinas, mas hoje essas festas rolam soltas e as casas licenciadas, que trabalham corretamente, acabam sofrendo com a questão do distanciamento”, finaliza.
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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de outubro de 2021, edição nº 2759