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Pré-candidata do Novo denuncia alunos da PUC após receber ameaças

“Tenho evitado andar sozinha”, desabafa Wafá Kadri após ofensas enviadas por estudantes do curso de Relações Internacionais

Por Humberto Abdo
Atualizado em 24 set 2020, 16h43 - Publicado em 24 set 2020, 15h04
Wafá Kadri, estudante de 23 anos e pré-candidata do Novo. (Divulgação/Divulgação)
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Wafá Kadri, pré-candidata a vereadora do partido Novo, está denunciando colegas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) após ter recebido ofensas e ameaças de morte por mensagens e em um grupo de WhatsApp da turma. Os recados passaram a ser enviados depois que a estudante de Relações Internacionais publicou uma foto com o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Desde então, ela precisou interromper o curso. “Por uma semana fiquei com medo de sair de casa porque tem alguns alunos que frequentaram minha casa e sabem os lugares onde costumo ir”, desabafa. “Tenho evitado andar sozinha.”

“Espero do fundo do meu coração que você morra”, disse um dos integrantes da turma no grupo de mensagens. Em outro momento, um dos estudantes afirmou: “Se nóis (sic) topa na rua você volta pra casa sem dente.” Durante a conversa, os alunos criticavam o posicionamento político de Wafá e uma de suas declarações publicadas nos stories do Instagram.

Após viver alguns anos no Líbano quando ainda era criança, Wafá veio ao Brasil aos cinco anos. Ao visitar Brasília este ano, ela conheceu o presidente pela primeira vez e decidiu publicar uma foto do encontro nas redes sociais. “Troquei algumas palavras com ele e na legenda escrevi sobre a importância de existir o diálogo, mesmo com aqueles que pensam diferente. Apesar disso, o partido está longe de aderir ao bolsonarismo”, garante.

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Existem momentos de críticar e de parabenizar. O momento de hoje foi dia de agradecer pela ajuda ao Líbano e pedir mais diálogo com deputados e chefes do executivo de todos os níveis para priorizar a agenda que vai fazer o Brasil sair dessa crise. Agora é momento de diminuir as brigas e focar em construir um Brasil mais LIVRE e mais UNIDO.

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Em resposta oficial enviada à Vejinha, a instituição declarou que no dia 31 de agosto “a reitoria recebeu da coordenação do curso de graduação em Relações Internacionais a informação de que a aluna havia registrado um Boletim de Ocorrência narrando ter recebido ameaças e injúria de alunos em grupo de mensagens de WhatsApp. Vale ressaltar que, na hipótese de que tal ocorrência tenha de fato se consumado, é importante destacar que o referido grupo não é canal institucional nem oficial da Universidade, logo, fora dos limites de supervisão”, justificou em uma nota.

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“A PUC já colocou uma nota falando sobre um caso de racismo e não teve coragem de fazer uma falando sobre esse caso explícito de ameaça de morte e violência”, argumenta Wafá. “Para mim isso é omissão, a partir do momento em que não represento os princípios ideológicos que a PUC prega. Tenho certeza que se fosse um candidato de esquerda, já teriam publicado uma nota”, acredita. “Infelizmente busco transferência para outra universidade, faltavam quatro matérias para terminar. Agora preciso ir até a PUC falar com a coordenadora do meu curso, que é filiada ao PT e não responde meus e-mails.”

Após o fechamento desta nota, a assessoria da universidade alegou ter recebido apenas uma mensagem da aluna, com a notificação extrajudicial, respondida no dia 3 de setembro. Em resposta à Vejinha, Wafá disse ter enviado mais dois recados pelo seu e-mail pessoal à coordenadora, ainda sem retorno.

 

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