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Pesquisadora lidera corrente do bem para atender idosos

Marília Duque também dá dicas de bons aplicativos que conectam pessoas nessa época de distanciamento

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 24 mar 2020, 16h27 - Publicado em 20 mar 2020, 14h01
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  • Manter distância é o primeiro mandamento para evitar a propagação do coronavírus, mas o que fazer com o sentimento de solidão, abandono e desamparo? Esse dilema afeta especialmente os idosos, a população-alvo da Covid-19, doença causada pelo vírus. Para aproximar pessoas nessa época de distanciamento, a pesquisadora Marília Duque, 42, criou a campanha “Tem um Anjo no meu Whatsapp”. A ideia é que cada um de nós olhe seus contatos na rede social e passe a se comunicar com um idoso por lá, para saber se está bem, se precisa de algo. “Não se trata de um favor, quem aderir vai perceber uma troca muito interessante. Nessa geração acima dos 60 anos tem pessoas muito batalhadoras, criativas, empreendedoras e altruístas”, ela ressalta.

    Em seus estudos, a acadêmica percebeu que Whatsapp é a rede pela qual esse público mais se comunica. Mas boa parte tem dificuldade de lidar com outros aplicativos, como de delivery, e, principalmente, do Ministério da Saúde, o Coronavírus SUS, que é ótimo guia para esses tempos. “A ideia é, além de falar com o idoso, o usuário o ajude nessas questões”, diz Marília, que fez um tutorial sobre como instalar e usar aplicativos como o Rappi, o Coronavírus SUS, além de silenciar os grupos de Whatsapp. “As constantes notificações geram estresse e ansiedade entre idosos.”

    idosos marilia duque
    (Reprodução/Veja SP)

    Quando começou essa mudança de rotina surreal, a pesquisadora já preparava uma tese para 2021 sobre “envelhecimento, saúde e smartphone” em seu doutorado sobre comunicação e práticas de consumo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Aos 35 anos, comecei a me sentir velha”, conta, sobre o início de seus estudos. Na época, ela tinha a própria agência de publicidade e percebia que as pessoas com “vinte e poucos anos” eram mais valorizadas em sua área. Além disso, o mercado mudava muito rápido e ela sentia dificuldade de acompanhar o novo ritmo. “Mas nos estudos, constatei que essa geração de idosos é bem ativa, não aceita o preconceito e luta pelo seu espaço. Ficou mais confortável envelhecer”, conta.

    Como inspiração, Marília tem seu bisavô, Raul Duque Estrada (parente de Osório-Duque Estrada, o compositor do hino nacional), falecido em 2010 com 100 anos, em sua residência no bairro da Tijuca, no Rio. “Ele tinha uma fonte de água mineral no quintal de sua casa e deixava o imóvel sempre aberto para todos usarem. Nunca teve problemas com isso. Gostava de se comunicar com todos”, lembra. Também cita Dudu Balochini, criador do Senior Geek, projeto para incluir idosos no mundo digital, que faleceu aos 57 anos de um infarto fulminante no ano passado. 

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    Marília criou a campanha no domingo (15) e conta que recebeu quase 100 emails. Boa parte, textos de pessoas que querem entrar na campanha, mas perceberam que não têm nenhum idoso nos contatos do Whatsapp. A estudiosa recomenda alguns sites voltados para atender esse público:

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