Após passar oito anos em Nova York, a modelo Thayná Santos, 25, precisou retornar à Zona Leste de São Paulo, onde tem vivido com a família desde o início da pandemia. “Cheguei em março com uma mala pequena, achando que seria apenas mais um bate-volta”, lamenta. E do que sente mais falta? “Do dólar!”, brinca. Nas agências de modelo paulistanas, o “êxodo” das profissionais internacionais foi o perrengue mais urgente a ser resolvido quando vários países passaram a fechar as fronteiras.
“Muitas acabaram voltando para sua cidade de origem, preocupadas com a família, porque aqui em São Paulo a incidência de casos era maior, fora os custos de se manter sem trabalho”, resume Ludimila Schiavon, booker da Ford Models.
Sem novos cachês, modelos baseadas na capital também precisaram se adaptar. “Tenho uma amiga muralista, e por desenhar em casa ela me chamou para fazer murais. Óbvio que para fechar a conta a gente pintou casas, como pedreiras mesmo”, diverte-se Marina Dias, 44, cuja carreira de DJ também acabou sendo interrompida. “Ainda consegui publicações pagas nas redes sociais, coisas fotografadas em casa, mas percebi uma esperteza por causa dos clientes. Alguns poderiam ter pago mais, mas aproveitaram a pandemia, com as pessoas aptas a negociar.”
Publicado em VEJA São Paulo de 3 de fevereiro de 2021, edição nº 2723.
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