Doutoranda da USP, Mariana Inglez, 32, quer ver a arqueologia se tornar mainstream. Com as amigas Eliane Chim e Lisi Müller, ela lidera o projeto Evolução para Todes, criado para divulgar temas da evolução humana a crianças, mulheres e a população negra sem a linguagem acadêmica empolada. Com minidocs em animação e parcerias com influenciadores da área, ela espera popularizar as atividades dos antropólogos, arqueólogos e cientistas. “Como mulher negra, muitas vezes me questionei se sou boa e estou no lugar certo”, observa. “Poucas crianças se veem nesses lugares, pois a possibilidade precisa existir para que seja uma escolha.” Nascida na região da Vila Leopoldina, Zona Oeste da cidade, Mariana já trabalhou como antropóloga forense na busca por desaparecidos políticos da Ditadura Militar, no caso da Vala Clandestina de Perus, visitou sítios arqueológicos na região de Altamira, no Pará, e hoje pesquisa os hábitos alimentares de ribeirinhos na Amazônia. “Vou sozinha mesmo, com horas de barco, caronas e direito a banho à noite no rio, apesar do medo dos jacarés”, brinca.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90