Em busca de Vera: mostra em vitrine na Bela Cintra destaca fotos de ‘tia-avó’ misteriosa
Fernanda Feher assina exposição na loja da estilista Betina de Luca com fotografias antigas encontradas em um brechó paulistano
Em uma vitrine na Bela Cintra, luzes e memórias se misturam no novo trabalho da artista plástica Fernanda Feher, 33. Direto de Lisboa, a paulistana retorna à cidade para lançar a instalação Até o Amanhecer, Coração, com dez obras espalhadas pela loja da estilista Betina de Luca — incluindo as fotos misteriosas de uma mulher chamada Vera.
“São fotografias de um álbum antigo que descobri em um brechó. Por que essa família vendeu essas memórias da Vera? Pode ser uma tia-avó, eu acho. Decidi colocá-las na vitrine, assim quem sabe ela passa e se identifica!”
Inspirada nas viagens ao Quênia e à Tanzânia, no segundo semestre ela ainda planeja uma exposição simultânea em São Paulo, Nova York e Portugal para exibir pinturas e abordar o casamento infantil e a mutilação genital feminina, ambos praticados em algumas comunidades africanas.
“Minha existência toda ficou mais difícil depois de ver esse tipo de violência. Mas tive perrengues felizes.” Um deles envolveu a “aula” de sexologia organizada espontaneamente por uma tribo. “‘É verdade que as mulheres também sentem prazer?’, quis saber um garotinho. Quando vi, estava sentada na cama da avó dele com um monte de homens tirando suas dúvidas”, relembra, aos risos.
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de março de 2022, edição nº 2780