Avatar do usuário logado
OLÁ,
Imagem Blog

Terraço Paulistano

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Notas exclusivas sobre artistas, políticos, atletas, modelos, empresários e pessoas de outras áreas que são destaque na cidade. Por Humberto Abdo.

Moradores encontram pássaros mortos na calçada após metrô derrubar 145 árvores em bairro da Zona Leste

Vizinhança protesta desde o ano passado contra as obras de um pátio de trens da Linha Verde; metrô afirma ter obtido todas as licenças

Por Humberto Abdo
Atualizado em 23 jun 2021, 11h54 - Publicado em 23 jun 2021, 11h50
Em primeiro plano, pássaro morto aparece na calçada de parque. Ao fundo, figura desfocada de moradora observa a cena.
Moradores da região do Complexo Rapadura descobrem pássaro morto na calçada após derrubada de árvores feita pelo metrô paulistano. (Arquivo Pessoal/Divulgação)
Continua após publicidade

O Metrô de São Paulo iniciou nesta segunda (21) a derrubada de 145 árvores no Complexo Rapadura, parque de 63 000 metros quadrados na Zona Leste da capital. Sob protestos e reclamações dos moradores, o local vai abrigar obras de um pátio subterrâneo de trens, além de dar espaço ao “tatuzão”, que será usado nas escavações dos túneis para a extensão da Linha-2 Verde (Vila Madalena-Vila Prudente).

Os moradores lamentaram a derrubada e afirmam ter visto pássaros mortos na calçada. “Temos pássaros nos telhados das casas, buscando abrigo”, conta Marta Cavalcante, porta-voz da vizinhança. “Muitas das árvores derrubadas foram os moradores que plantaram há décadas, o que atraiu pássaros de diversas espécies para cá.”

Um dos pontos atingidos é a Praça Mauro Broco, classificada como sítio arqueológico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A derrubada ocorreu após uma disputa judicial entre moradores do Jardim Têxtil, na região da Vila Formosa, e o metrô paulistano. O embate começou em agosto de 2020, quando a vizinhança tomou conhecimento do canteiro de obras ao receber uma carta informando que, em dois dias, 355 árvores do complexo seriam suprimidas para a instalação.

Com um parecer do Ministério Público, os moradores questionavam o laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, que autorizou a derrubada. Mesmo assim, o metrô afirmou ter todas as licenças ambientais e disse em nota à coluna que “o local será devolvido à população com a mesma infraestrutura”.

Continua após a publicidade

Uma ação civil pública e outros recursos adiaram, até esta segunda, o abate da vegetação. Os moradores argumentam que na Avenida Guilherme Giorgi, a cerca de 200 metros do local, uma área de 400 000 metros quadrados, com pouca vegetação, poderia abrigar o canteiro de obras sem prejuízo para a área verde. Parte desse terreno receberá a estação Vila Isabel da Linha Verde.

Segundo a porta-voz dos moradores, a ação civil continua. “Mas a liminar caiu e o metrô correu para derrubar as árvores em um dia e meio.”

Em nota, o metrô disse ter mantido “diálogo constante com a comunidade e adotou todas medidas possíveis para minimizar os impactos da obra, inclusive reduzindo de 355 para 145 a quantidade de árvores que serão retiradas da Praça Mauro Broco”. “Toda a supressão das árvores será feita até hoje (terça-feira) e a compensação será feita com o plantio de outras cinco mil novas árvores, além da revitalização do local, que será devolvido à população ao término da obra.”

Publicidade