Prestes a passar uma temporada na China, o modelo Carlos Cruz, 26, interrompeu todos os planos com o início da pandemia. Após três anos morando em São Paulo, ele retornou a Salvador, cidade onde nasceu e conheceu Giovane Sobrevivente, cineasta que se interessou pela trajetória do soteropolitano e decidiu transformar sua história em um documentário. “Queremos fazer uma campanha para arrecadar alimentos à minha comunidade com o lançamento, mas tivemos que adiar”, conta.
Morador em uma comunidade na área litorânea de Salvador, Carlos precisou se adaptar à vida na capital paulista. “Mas gosto que aqui tem clima para se arrumar, em Salvador é bermuda e camisetinha”, brinca.
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Antes de ingressar no universo da moda, Carlos trabalhava como contador e se formou em radiologia. Após uma de suas fotos ser compartilhada por um governador, seu trabalho passou a ganhar cada vez mais notoriedade. Entre ensaios recentes, ele chegou a ser fotografado pelo peruano Mario Testino e pelo brasileiro Glauber Bassi.
“Eu não era totalmente feliz com minha carreira anterior, mesmo ganhando bem”, relembra. “Minha família nunca foi pobre, mas hoje tenho independência e posso comprar uma geladeira para a minha avó, por exemplo”, diz. “Nós, negros da periferia, somos incentivados a não sonhar e ser modelo me trouxe felicidade.”