Após passar quatro anos exilada fora do Brasil, Marcia Tiburi, 54, vive uma nova e proveitosa fase em São Paulo. Além de ter lançado o livro Mundo em Disputa (Editora Civilização Brasileira), ela investe na carreira de artista visual e ainda dá cursos on-line sobre filosofia contemporânea, feminismo e escrita criativa.
“Hoje sou uma professora independente”, define. “E acabei me dedicando às artes visuais desde cedo, pois me formei nova. Vendi algumas obras, mas não imaginava que a essa altura fosse ter essa atividade tão seriamente.”
Em 2022, Marcia estreou em Paris a sua primeira mostra individual e vai exibir parte dela em uma nova exposição na capital paulista, prevista para acontecer até setembro, na Galeria Izabel Pinheiro.
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Para 2025, também planeja uma versão mais completa com curadoria de Gaudêncio Fidelis. Por enquanto, as criações ocupam boa parte das paredes do seu apartamento, em Higienópolis.
“Todos esses trabalhos estão sempre conectados com meu lugar como escritora brasileira e como pessoa atenta ao destino do meu país.”
O período de exílio, que teve início depois de ameaças de agressão e morte por membros da extrema direita, ainda lhe causa desconforto.
“É algo difícil de falar até hoje, mas costumo tratar os sofrimentos e tragédias como fonte de aprendizagem e estou escrevendo sobre isso para um livro gigantesco, que vai sair também no ano que vem”, adianta.
Publicado em VEJA São Paulo de 31 de maio de 2024, edição nº 2895