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Leilões, descontos e viagens: como é a vida de um antiquário em São Paulo

Com loja de móveis raros na Consolação, Arnaldo Danemberg lança livro de crônicas sobre a profissão

Por Humberto Abdo
21 Maio 2021, 06h00
Antiquário Arnaldo Danemberg aparece com chapéu, casaco azul e cachecol vermelho. Segura nas costas uma cadeira de madeira antiga.
Nos vilarejos europeus, Arnaldo Danemberg garimpa peças raras para seu antiquário localizado na Consolação. (Lucas Moraes/Reprodução)
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Assumir o volante de um caminhão e comprar móveis antigos faz parte da rotina de Arnaldo Danemberg. Aos 65 anos, o antiquário coleciona experiências vividas no interior da França e nos grandes leilões de Londres, ocasiões em que desembolsa seus euros para garimpar móveis europeus dos séculos XVII ao XIX, vendidos hoje em seu endereço na Consolação. “Gosto da raridade, do inusitado e do móvel que representa bem uma época. Não compro nada adulterado, tenho horror a isso”, opina.

Após trabalhar como advogado no escritório paulistano Pinheiro Neto, Danemberg abandonou a profissão para se tornar sócio do pai antiquário. “Pesquisei todo o mobiliário brasileiro, virei pupilo de Tilde Canti e a enchia de perguntas”, relembra. “Meu avô era gerente do Copacabana Palace e fiz amigos juízes, desembargadores… As pessoas que compram comigo são bem low profile.”

Rosto de Arnaldo Danemberg com óculos de grau aparecem no retrovisor de um caminhão. Em frente, a foto exibe a estrada e um GPS.
No volante do caminhão, Arnaldo Danemberg passa por vários vilarejos em busca de móveis dos séculos XVII ao XIX. (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Para celebrar 40 anos de carreira, Danemberg lança no fim deste mês o livro de crônicas Vida de Antiquário. “Incluindo a vez em que tive que carregar tudo sozinho porque meu ajudante não apareceu.” Pechinchar, segundo ele, sempre faz parte do jogo. “Mas sem abusar no valor dos descontos, tem que ser um bom negócio para os dois.” De suas passagens por Bordeaux, onde mantém um depósito, a última foi a mais marcante. “Fui com minha filha até a Suíça. Precisa ter energia e acordar cedo. Eu tenho disposição de quem tem no máximo 50 anos e ela, aos 36, carrega um móvel que é uma beleza.”

Arnaldo Danemberg segura duas cadeiras, uma erguida com o braço. veste jaqueta azul-escuro.
Arnaldo Danemberg: garimpo de peças antigas no interior europeu. (Lucas Moraes/Divulgação)
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Imagem exibe mesa, aparador e dezenas de quadros e abajures no antiquário de Arnaldo Danemberg.
Antiquário Arnaldo Danemberg: endereço funciona há seis anos na Consolação. (Divulgação/Divulgação)
Espaço de antiquário exibe mesas e cadeiras de madeira escura, baús e um grande tapete.
Especializado em móveis europeus dos séculos XVII ao XIX, antiquário Arnaldo Danemberg iniciou carreira inspirado na profissão do pai. (Divulgação/Divulgação)
Espaço de antiquário exibe mesa de madeira escura, poltronas e diversos objetos antigos.
Do Rio de Janeiro, Arnaldo Danemberg vende peças antigas em São Paulo desde 2014. (Divulgação/Divulgação)
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Espaço de antiquário exibe móveis de madeira, abajures e diversos objetos de porcelana e vidro.
Espaço de antiquário de Arnaldo Danemberg: loja especializada em móveis brasileiros e europeus. (Divulgação/Divulgação)
Entrada de loja exibe planta à esquerda e móveis posicionados nos cantos de um longo corredor com escada aos fundos.
Entrada de antiquário de Arnaldo Danemberg, aberto na Consolação. (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de maio de 2021, edição nº 2739.

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