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Ex-juiz publica obra sobre histórias da máfia italiana que inspiraram PCC

Especialista em crime organizado, Walter Fanganiello Maierovitch relembra episódio em que quase foi encurralado por mafiosos na Sicília

Por Humberto Abdo
7 Maio 2021, 06h00
Ex-desembargador Walter Fanganiello Maierovitch posa com cabelos brancos penteados para trás, terno preto e gravata de tom avermelhado.
Walter Fanganiello Maierovitch, ex-desembargador e jurista, assina novo livro sobre operações da máfia italiana que serviram de "guia" para facções como PCC e milícias. (Facebook/Reprodução)
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Especialista em operações da máfia, o ex-desembargador e jurista Walter Fanganiello Maierovitch, 73, coleciona relatos após décadas de estudos. “Há oito anos sem pisar na Sicília, Pino Arlacchi, um dos inimigos da Cosa Nostra, uma vez me acompanhou em um restaurante onde quase fomos encurralados. Comíamos uma entradinha de frutos do mar quando sua segurança composta de doze pessoas nos levou às pressas”, relembra. “Voltando ao hotel, explicaram que tínhamos ocupado o lado da calçada de influência mafiosa, o que era visto como uma provocação. Viram movimentação de gente armada, mas saímos ilesos.”

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No novo livro Máfia, Poder e Antimáfia, ele descreve a partir dessas experiências o universo do crime organizado na Itália e como esse “modelo de negócio” serviu de guia para facções como o PCC — que até hoje cobra de moradores e comerciantes “taxas de proteção” em seus territórios na cidade. “E a lavagem de dinheiro sujo é, em parte, reciclada em postos de gasolina e propriedades agrícolas, como fazendas no Paraguai, onde grupos ainda plantam maconha com sementes transgênicas, que são mais resistentes e têm safra continuada, ou seja, dão o ano todo.”

Em São Paulo, Maierovitch observa que nunca teve problemas de segurança pela natureza de seu trabalho. “Faz cinco anos que não tenho nenhum tipo de segurança até porque meus filhos já cresceram”, conta. “Uma coisa é estar em atividade executiva, em primeira linha, outra é escrever sobre a máfia, coisa que fiz durante anos e anos… E o crime organizado nunca deu nenhuma bola.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 12 de maio de 2021, edição nº 2737.

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