Gestora administrativa de coletivos das periferias paulistanas, Elaine Silva, 37, é responsável por ajudar grupos como o Nós, Mulheres da Periferia e a agência de jornalismo Alma Preta a conquistar independência financeira. Moradora da Zona Leste, sua carreira começou em agências de publicidade na região da Faria Lima. “Para ser aceita nesses ambientes precisei ser outra pessoa”, revela. “Enquanto cheguei de metrô e tive celular barato não recebi promoções, o que mudou quando comprei um carro e um iPhone.” Elaine deixou de trabalhar no “condado” farialimer na mesma época em que o filho foi diagnosticado com autismo. “Em vez de sofrer, canalizei minha angústia nesses projetos para mostrar que, se ajudei aquelas empresas a enriquecerem, também posso colocar os coletivos em um lugar melhor”, defende. “Hoje em dia fico feliz ao tirar contas do vermelho e ver pessoas desses grupos comemorando: ‘Que legal, agora até tenho um salário!’.”
Publicado em VEJA São Paulo de 18 de novembro de 2020, edição nº 2713.
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