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Personalidades se unem para repaginar escadaria abandonada em Higienópolis

A escadaria da Rua Rio de Janeiro sofre com péssima iluminação e sinalização, prejudicando moradores e pessoas que passam pela região

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 26 abr 2019, 06h00 - Publicado em 26 abr 2019, 06h00
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  • Um espaço sem iluminação, pichado, lavado apenas pela água da chuva e com os 133 degraus deteriorados. Ah, e nada de corrimão. Abandonada há décadas, a escadaria da Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, tornou-se cenário de dramas urbanos. Por causa da falta de sinalização, dia desses, um motorista cegamente obediente a um aplicativo de navegação embicou seu carro por lá e por pouco não se feriu. No ano passado, um homem tentou pular as grades do adjacente edifício Chopin, onde vive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

    Cansada de ouvir essas histórias, em fevereiro, a jornalista Ana Fialho, integrante da associação de moradores da Rua Pernambuco (via em frente à escadaria), decidiu juntar vizinhos para repaginar o local. Conversou com a Cidade Ativa, ONG voltada a tornar espaços inclusivos. “Trata-se de uma passagem importante, que atende a nove colégios da região e faz interligação com o Pacaembu. Poderia ser um lugar agradável, com equipamentos de ginástica, horta comunitária, brinquedos para crianças…”, sonha Ana.

    Ela criou um crowdfunding (com a meta quase batida) para contratar uma consultoria da entidade por 17 242 reais. Depois, haverá uma nova vaquinha para implantar o projeto, que deverá ser concluído no ano que vem. Diversas personalidades aderiram à causa e cada uma contribuiu, em média, com 350 reais. “O orçamento do governo é baixo. Não faz sentido a rica população de Higienópolis reivindicar recursos que poderiam ser aplicados em lugares mais carentes”, acredita a assessora Patricia Kundrát, mulher de FHC, que investe na escadaria.

    A atriz Carolina Ferraz completa: “Se podemos bancar essa melhoria no nosso bairro, por que esperar a prefeitura?”. O grupo também se preocupa com os sem-teto que vivem por lá. “Acionamos ONGs voltadas a essa causa para pensarmos em uma solução. Eles também serão bem-vindos ao novo espaço, não se trata de algo higienista”, garante o publicitário Cassio Faraco. O escritor Antonio Prata define a turma: “Não somos heróis, apenas cidadãos que investem no lugar onde vivem”.

    Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1º de maio de 2019, edição nº 2632.

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