“Nunca fui santa”, confessa um dos letreiros em rosa neon. Na nova “cria” do Baixo Augusta, safadeza é o tema da casa e faz parte de todo o cardápio. Com temática erótica, uma mistura de bar e doceria abre as portas até o fim de abril com drinques autorais, docinhos em formatos sugestivos e muita brecha para trocadilhos — a começar pelo nome, Cool Doce, pensado por um dos sócios.
“Falei brincando e gostaram, mas daria vários problemas para divulgar… Mudamos da palavra original para ‘Cool’”, diverte-se Sérgio Oliveira, sócio ao lado de Daniel Prado e André Placido.
Com apoio das marcas Beck’s e Beats, o grupo investiu cerca de 120 000 reais no projeto, pensado desde o ano passado. No menu, em fase de finalização, o trio garante que até os gelinhos dos coquetéis serão servidos em formato de pênis.
O local segue a onda dos quitutes eróticos que têm feito sucesso em vários formatos, tamanhos e capitais — inclusive na Rua Augusta, com o Assanhadxs Erotic Food, responsável por formar demoradas filas em um estacionamento de food trucks. Mas a doceria é uma das primeiras com área própria para os clientes se acomodarem e a decoração se mantém fiel ao tema (até as paredes e divisões têm curvas que remetem à vulva, ao clitóris e a tudo o que a imaginação permitir).
E os sócios estão firmes na região: mesmo com os altos e baixos nos últimos anos, todos eles investem em novas festas e endereços por lá. Além de tocar a nova doceria e a balada Kat Klub, Sérgio já tem planos para a pista ao lado, no local da histórica Studio SP, que fechou as portas há um mês após uma reabertura temporária.
“O dono é o mesmo da Kat e nos ofereceu o aluguel do espaço antes de ser desocupado”, explica. A casa de shows ficará sob o comando de Sérgio e Daniel e neste sábado, 1º de abril, já volta a funcionar com a matinê TS Party, festa com hits de Taylor Swift.
“A ideia é alugar para festas itinerantes até junho, depois vamos começar uma reforma completa. O nome será Augusta Hi-Fi, uma casa para sintetizar tudo o que a Augusta já foi, com direito a paredão de placas de rua e neons dos puteiros antigos”, adianta.
Na proposta musical, gêneros como rock, eletrônica e pop serão prioridade para fugir do combo funk e brasilidades, presente em praticamente todas as outras baladas da via. “Hoje em dia é mais difícil variar, as pessoas só querem ouvir as músicas que já conhecem.”
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de abril de 2023, edição nº 2835