Em um sábado qualquer, Bete Domingos, 55, foi surpreendida pela visita de um pré-candidato à prefeitura de São Paulo com uma multidão de amigos e deputados. Após um evento de pré-campanha, o grupo ocupou os dois andares do Bar da Bete, conhecido por ficar aberto até de manhã — ou até o último cliente ir embora.
O pagode político também rendeu até altas horas da madrugada e trouxe inspiração à comerciante, que decidiu dar vida nova ao piso superior e transformá-lo em balada.
A partir deste sábado (22), o local, batizado de CluBete, terá festas de DJs e bandas semanais, com entrada paga.
“Depois da pandemia, as coisas não voltaram a ser o que eram antes, mas parece que os governantes resolveram olhar aqui para o Centro com mais atenção”, acredita.
Autodenominada “coruja”, a nordestina agitada e notívaga comanda o próprio negócio há mais de quinze anos e, após a mudança de endereço em 2022, da Santa Cecília para a Avenida São João, ainda não recuperou todo o fervo que costumava atrair, embora mantenha a fama de reduto LGBTQIA+. “99% do meu público é LGBT”, garante.
Publicado em VEJA São Paulo de 21 de junho de 2024, edição nº 2898