Pintor autodidata desde os 12 anos, Antonio Peticov, 74, sofreu um assalto há dez dias em sua casa, na região do Sumaré. Três homens armados invadiram o local e roubaram equipamentos eletrônicos, além de obras de arte. O prejuízo, no total, é equivalente a cerca de 80 000 reais. “Queriam joias e dinheiro, mas não sou vaidoso, minhas joias são os 11 000 livros da minha biblioteca”, conta. Peticov e uma amiga, atualmente hospedada na casa, foram surpreendidos pelos assaltantes por volta de seis horas da tarde, em um sábado. “Moro com meu filho, que graças a Deus não estava aqui durante o assalto”, conforta-se. “Ele tinha acabado de sair quando arrombaram a entrada, que tem um jardim aberto. Não sabiam quem eu era, só viram uma casa grande e entraram.”
O artista lamentou especialmente o roubo dos dois computadores de última geração, que guardavam toda a sua obra digitalizada e o arquivo de sua biografia finalizada durante a pandemia — apenas parte do texto chegou a ser armazenado na nuvem. Para contornar o prejuízo financeiro, Peticov abriu uma campanha de financiamento coletivo em seu site. “Não consigo dormir pensando no cara que surgiu do meu lado, de máscara e com revólver na minha cara”, desabafa. “Eles causaram um dano muito grande e o pior não é o que levaram, mas o que deixaram: paranoia, medo, trauma.”