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Após sete viagens e mais de 80 000 quilômetros em travessias oceânicas ao longo da carreira, o velejador Beto Pandiani, 64, se prepara para registrar sua próxima expedição, desta vez entre o Alasca e a Groenlândia. Com a companhia do francês Igor Bely, a aventura vai render um documentário sobre mudanças climáticas produzido para estrear nos cinemas.
“Temos duas semanas para nos aclimatar antes de partir por cerca de 100 dias”, resume. Beto treina há mais de um ano para dar conta do esforço físico — além do sistema de pedal instalado no barco a vela, ele não carrega água e precisa encarar o trabalho pesado de dessalinizar a água do mar todos os dias.
“Quando comecei a velejar, não imaginava ser capaz de alcançar lugares tão extremos em um barco tão pequeno e aberto. Ao terminar o trajeto, terei feito 65 anos no Ártico, o que para mim tem muito valor. Meu pai, que faleceu aos 63, tinha postura de senhor, mas minha geração está desmistificando essa imagem.”
Antes de iniciar a jornada, ele fará uma travessia simbólica pelo Rio Pinheiros, no dia 9 de março, para divulgar o projeto. “É o aperitivo da viagem, bem ao lado da ciclovia onde ando de bike para me preparar.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de março de 2022, edição nº 2778
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