Ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras abre a exposição Pourquoi pas? (Por que não?) neste sábado (2), na galeria Rabieh, nos Jardins. Com recursos de tecnologia digital, ela retratou como se fossem negros Gisele Bündchen, Silvio Santos e outras dezoito personalidades. Bastou isso para ser desancada nas redes sociais. Segundo os críticos, o trabalho remete aos tempos da “blackface”, quando brancos pintavam o rosto para interpretar negros de maneira estereotipada.
Como vê essa acusação?
Estou sendo massacrada. Militantes dizem que sou racista. Eu pensei que as obras incomodariam os brancos, não os negros.
Qual é seu objetivo?
Será que Gisele Bündchen ou Silvio Santos chegariam tão longe se fossem crespos? Não faço blackface, tampouco uma homenagem aos retratados. Apenas levanto uma discussão.
Considera-se injustiçada?
Existe um preconceito por eu ser de outro país e ter um marido branco. Nós, negros, somos desunidos. Um militante quer ter mais protagonismo que o outro, há muita vaidade.
Tentaram convencê-la a cancelar a mostra?
Sim, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Cris Vianna e Regina Casé me ligaram. Foram queridos e mostraram seus pontos de vista, mas não vejo por que voltar atrás.