“Você é o produto que está vendendo”, define Gabriel Spec, 23. Com mais de 50 000 seguidores, o acompanhante e fisiculturista faz sucesso na internet postando vídeos de humor sobre a rotina como profissional do sexo. “Eu já tinha o costume de contratar garotas e decidi virar anunciante também.”
Além dos planos para se dedicar à criação de conteúdo, ele se tornou o primeiro embaixador masculino do site Fatal Model e hoje atende na região da Paulista, cuja clientela é composta principalmente de homens. “Eles falam ‘você só pode ser bi’, mas eu sou heterossexual. Trabalho de maneira técnica, a questão carnal é diferente da emocional”, defende. “E alguns clientes podem passar do ponto, teve um que deu um tapa na cara e precisei interromper o atendimento.”
Segundo ele, é possível faturar de 5 000 a 30 000 reais por mês. “Hoje em dia essa área é um nicho do mercado adulto e as pessoas não acreditam quando digo que a maioria dos atendimentos não tem sexo como foco principal. Muitos me contratam para fazer companhia e conversar. Outras, para realizar fetiches”, revela.
Foi pelos anúncios na plataforma que ele conheceu a parceira atual — embora tenha se interessado por seus serviços, ela não chegou a virar cliente. “Morávamos próximos um do outro e, como estávamos sozinhos no réveillon, decidimos passar juntos. Aceitar minha profissão foi um prato cheio para darmos certo.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de março de 2022, edição nº 2780