Semana Paulista de Dança ocupa o MASP
Desta quarta (27) a domingo (31), a mostra apresenta dezessete espetáculos gratuitos no Vão Livre, no Auditório e no Edifício Pietro Maria Bardi

Desta quarta (27) até o domingo (31), o MASP recebe a 7ª edição da Semana Paulista de Dança, que leva espetáculos gratuitos a três espaços do museu: Vão Livre, Edifício Pietro Maria Bardi e Auditório. Com curadoria de Anselmo Zolla, coreógrafo e diretor artístico da Studio3 Cia. de Dança, a programação reúne onze grupos e artistas independentes, que apresentam diferentes linguagens da dança, do balé clássico ao hip-hop, passando pelo contemporâneo.
No total, serão dezessete apresentações ao longo de cinco dias, com propostas que vão de coreografias tradicionais a experimentais. A estreia será com o espetáculo Céu de Pêssego, da goiana Quasar Cia de Dança, que faz sessões às 19h e às 21h, no Auditório. Outro destaque acontece no sábado (30), às 15h, quando a São Paulo Companhia de Dança leva trechos de O Lago dos Cisnes para o Vão Livre, transformando a Avenida Paulista em palco a céu aberto. Na sequência, a São Paulo Escola de Dança, dirigida por Inês Borgéa, ocupa o mesmo espaço com a peça Rostos de Janus, coreografada por Vinícius Anselmo.
A agenda terá ainda a Cia de Dança Anderson Couto e a Cia Jovem de São José dos Campos. “Ao ocuparem os espaços do MASP, essas criações ganham novas leituras, impulsionadas tanto pelo contexto arquitetônico do museu quanto pela relação direta com o público que circula diariamente pela Avenida Paulista”, comenta Zolla, que criou a Semana Paulista de Dança em 2018.

Confira a seguir programação completa.
Quarta-feira, 27 de agosto
19h e 21h; Auditório
- Quasar Cia de Dança, de Goiânia (GO), com Céu de Pêssego.
O breve instante em que o céu ganha tons de pêssego ao entardecer dá nome ao espetáculo Céu de Pêssego. A imagem funciona como provocação cênica e ponto de partida para a construção coreográfica, desenvolvida por Henrique Rodovalho em colaboração com o elenco. A peça reúne oito intérpretes de diferentes gerações em composições que exploram o desejo, a efemeridade do cotidiano e a expressividade de cada corpo em cena, com solos, duos, trios, quintetos e formações coletivas (50min). Livre.
Quinta-feira, 28 de agosto
19h às 20h30; Auditório
- Cia Avant Scène, de Sorocaba (SP), com I.D.
I.D investiga os processos de construção da identidade a partir da relação entre o indivíduo e o mundo. A obra propõe uma reflexão sobre os modos de existir e de se transformar, tendo como eixo o conceito de liberdade e suas implicações no corpo. O trabalho coreográfico aborda a identidade como um movimento contínuo, atravessado por encontros, deslocamentos e ressignificações. Nesse fluxo, o corpo se configura como espaço de expressão e reconstrução, em diálogo com o tempo, com o outro e com o espaço (30min). Livre.
- Ayodele Cia de dança profissional, de São Paulo (SP), com A Morte do Cisne…? Um voo para resistir.
O solo A morte do cisne…? Um voo para resistir propõe novas leituras sobre repertórios clássicos e amplia as possibilidades de representação no campo da dança. Com trilha sonora de Camille Saint-Saëns e Salloma Salomão, a obra integra diferentes referências à musicalidade negra, incorporando elementos melódicos, harmônicos e rítmicos que ampliam o diálogo com o corpo em cena (30min). Livre.
- Anacã Cia de Dança, de São Paulo (SP), com Corpo Aceso.
Corpo Aceso é um espetáculo de dança inspirado na presença cênica de Ney Matogrosso. A obra coreográfica parte da potência simbólica e transgressora do artista para construir, por meio da dança jazz brasileira, um percurso físico e afetivo por temas como liberdade, identidade, sensualidade e resistência. (30min). Livre.
Sexta-feira, 29 de agosto
19h às 20h; Auditório
- Studio3 Cia de Dança, de São Paulo (SP), com Outros Toms (participação do ator Gabriel Braga Nunes).
Outros Toms propõe uma imersão no lado menos conhecido de Antonio Carlos Jobim, destacando o sinfonista e orquestrador para além do criador da Bossa Nova. Dividido em três partes, o espetáculo articula música e movimento em uma dramaturgia coreográfica guiada por arranjos de Claus Ogerman, Nelson Riddle, Eumir Deodato e do próprio Jobim. A cenografia, composta por pisos móveis que se transformam ao longo da apresentação, reforça o caráter multifacetado da obra, criando paisagens visuais em diálogo com as transições da trilha e da cena (60min). Livre.
20h30 às 21h30; Edifício Pietro Maria Bardi, 9º andar
- Cia de Dança Anderson Couto, de São Paulo (SP), com Terezas.
O espetáculo TEREZAS une dança e teatro para apresentar narrativas de luta e resistência de mulheres negras, latino-americanas e caribenhas. A obra se constrói como um manifesto artístico que, na contramão das dinâmicas coloniais e marginalizadas, afirma que a história dessas mulheres é, sobretudo, o presente (60min). Livre.
Sábado, 30 de agosto
15h às 17h30; Vão Livre
- São Paulo Cia de Dança, de São Paulo (SP), com II ato Lago dos Cisnes
O segundo ato do icônico balé apresenta o encontro entre o príncipe Siegfried e a princesa Odette, em uma floresta encantada. Da meia-noite ao amanhecer, Odete se transforma na princesa da noite — uma figura mágica e delicada que desperta no príncipe o desejo de amar e proteger. À luz do dia, ela assume a forma da rainha dos cisnes: frágil, temerosa, mas também corajosa e guardiã de seu grupo. A obra se consolidou na história da arte por sua força narrativa e pela integração entre dança e música. O feiticeiro Rothbart, ao mesmo tempo nobre e pássaro, representa a ameaça mágica da história, enquanto o príncipe, ao partir para caçar com seus amigos, encarna a elegância e o heroísmo da nobreza (30min). Livre.
- Cia Avant Scène, de Sorocaba (SP), com I.D
I.D investiga os processos de construção da identidade a partir da relação entre o indivíduo e o mundo. A obra propõe uma reflexão sobre os modos de existir e de se transformar, tendo como eixo o conceito de liberdade e suas implicações no corpo. O trabalho coreográfico aborda a identidade como um movimento contínuo, atravessado por encontros, deslocamentos e ressignificações. Nesse fluxo, o corpo se configura como espaço de expressão e reconstrução, em diálogo com o tempo, com o outro e com o espaço (30min). Livre.
- Ayodele Cia de dança profissional, de São Paulo (SP), com A Morte do Cisne…? Um voo para resistir
O solo A morte do cisne…? Um voo para resistir propõe novas leituras sobre repertórios clássicos e amplia as possibilidades de representação no campo da dança. Com trilha sonora de Camille Saint-Saëns e Salloma Salomão, a obra integra diferentes referências à musicalidade negra, incorporando elementos melódicos, harmônicos e rítmicos que ampliam o diálogo com o corpo em cena (30min). Livre.
- São Paulo Escola de Dança, de São Paulo (SP), com Rostos de Janus.
A coreografia investiga a dualidade da identidade humana, inspirando-se na figura mitológica de Janus, o deus das transições, com duas faces voltadas para o passado e o futuro. A obra combina dança contemporânea com elementos clássicos e modernos, explorando as tensões entre o eu interior e o exterior. Sons acústicos e eletrônicos representam forças contrastantes, enquanto figurinos e iluminação ressaltam a passagem da uniformidade à individualidade e os contrastes entre luz e sombra (20min). Livre.
- Studio3 Cia de Dança, de São Paulo (SP), com Bolero.
O ano de 2025 marca os 150 anos de nascimento de Maurice Ravel, compositor do célebre Bolero, e os 150 anos da morte de Georges Bizet, autor da ópera Carmen. No espetáculo Bolero, com concepção e direção cênica de Jorge Takla, 16 bailarinos se inspiram na obra de Ravel, atravessando também composições de Bizet e outras peças associadas ao bolero, estilo musical com origens em Cuba. (30min). Livre.
18h às 19h; Edifício Pietro Maria Bardi, 9º andar
- Cia de Dança Anderson Couto, de São Paulo (SP), com Terezas.
O espetáculo TEREZAS une dança e teatro para apresentar narrativas de luta e resistência de mulheres negras, latino-americanas e caribenhas. A obra se constrói como um manifesto artístico que, na contramão das dinâmicas coloniais e marginalizadas, afirma que a história dessas mulheres é, sobretudo, o presente (60min). Livre.
19h às 20h; Auditório
- São Paulo Cia de Dança, de São Paulo, (SP), com Alvorada.
O espetáculo Alvorada, dançado e coreografado por Yoshi Suzuki, celebra o recomeço e a experiência de uma manhã. A criação integra o Programa de Desenvolvimento das Habilidades Futuras do Artista da Dança (PDHFAD) – Ações para Bailarinos – Transição de Carreira, que estimula o corpo artístico da SPCD a explorar diferentes possibilidades de atuação no ecossistema da dança (10min). Livre.
- Divinadança, de São Paulo (SP), com BŪMA.
Três mulheres, três cores, três jornadas — unidas por um trítono, o intervalo proibido. A partir dessa imagem central, a obra se desenvolve como uma narrativa não linear, de caráter fragmentado, impulsionada por movimentos contínuos. A inspiração simbólica vem da coruja, que representa o olhar atento, o acesso ao inconsciente e a capacidade de revelar o que está oculto. A coreografia nasce de um fluxo de consciência, onde formas e impulsos surgem sem um caminho pré-definido (15min). Livre.
- Cia Jovem de São José dos Campos, de São José dos Campos (SP) com Samba e Amor. Inspirado na canção Samba e Amor, de Chico Buarque, o espetáculo parte da força de sua letra para refletir sobre o cansaço coletivo e o direito ao tempo. “Eu faço samba e amor até mais tarde, e tenho muito sono de manhã” serve de ponto de partida para uma coreografia que questiona a lógica da produtividade e a pressão por desempenho constante. Com sete intérpretes-criadores em cena, a obra constrói sua narrativa a partir das estrofes da canção (26min). Livre.
Domingo, 31 de agosto
17h às 18h30; Auditório
- Balé da Cidade, de São Paulo, (SP), com Bioglomerata e Fôlego.
Bioglomerata é uma recriação da obra Biomashup, de 2014. A coreografia investiga relações entre corpo, som e espaço-tempo, a partir da ativação de repertórios corporais dos intérpretes. Fôlego revela os bailarinos como potência que resiste à exaustão, a partir de dinâmicas coletivas que operam entre tensão, contágio e desejo. O espetáculo se constrói como experiência relacional, em que o esgotamento se torna motor de presença (85min). Livre.
7ª Semana Paulista de Dança. De 27 a 31 de agosto. MASP. Avenida Paulista, 1578, Tel.: 3149-5959. Grátis.