Mário de Andrade, Pagu e André Breton passeiam por São Paulo em peça
Em cartaz no Teatro do Incêndio, 'São Paulo Surrealista' aborda as contradições da metrópole em nova montagem

Espetáculo escrito e dirigido por Marcelo Marcus Fonseca para sua companhia, Teatro do Incêndio, apresentada pela primeira vez na casa noturna Madame, no Bixiga, em 2012, “São Paulo Surrealista — Corpo Antifascista” volta a ser encenada. Agora, em nova montagem que inicia uma série de repertório que celebra os trinta anos de trajetória do grupo, comemorados em 2026. Será uma curta temporada (a quinta do espetáculo) de seis apresentações na atual sede, a partir deste sábado (31).
As contradições da metrópole são o ponto de partida para um musical que propõe uma reflexão social sob um disfarce surreal. Os textos são colagens emolduradas por imagens e figuras da cidade, sejam elas reais ou distorcidas. Na trama, os vanguardistas Mário de Andrade, Roberto Piva e Pagu se juntam a dois franceses, o dramaturgo Antonin Artaud e o escritor André Breton, para um passeio por São Paulo. No trajeto, veem aflorar a desigualdade de classes, a homofobia, a religiosidade e o conservadorismo dos dias atuais. Amparados por dois músicos, 25 atores cantam temas entre a sátira e a poesia (70min). 18 anos.
Teatro do Incêndio. Rua Treze de Maio, 48, Bela Vista, 2609-3730. Sáb. e dom., 20h. R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia). Até 15/6. sympla.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 30 de maio de 2025, edição nº2946.