Vila de Flávio de Carvalho nos Jardins é moderna até hoje
O conselho municipal do Patrimônio Histórico decidiu não tombar as casinhas

Há exatos 80 anos esta vila de casas modernistas foi aberta nos Jardins, em 1938. Mas ainda lhe falta status, não só pelas reformas desastradas que sofreu. O conselho municipal do Patrimônio Histórico decidiu não tombar a Vila Modernista projetada por Flavio de Carvalho. A justificativa foi que as casinhas já estavam muito adulteradas (ignorando que até ruínas são restauradas em todo o mundo).

A maneira de preservar a única grande obra arquitetônica do multiartista na cidade é deixá-la mais conhecida. Para muitos, Flávio é apenas o provocador que desfilou de saia no centro de São Paulo em 1956, em uma performance em que apresentava o seu “terno para o homem tropical”, que ainda incluía camisa de manga curta bufante e meia arrastão. Mas ele também desenhou figurinos para o Balé Municipal, foi pintor e arquiteto.

As 16 casinhas do conjunto na Alameda Lorena com Ministro Rocha Azevedo tinham cerca de 100 m2 cada e foram bancadas pelo próprio artista, e destinadas à locação (em tempos que a maioria dos paulistanos morava de aluguel). Virou residência dele mesmo, e de artistas como Patricia Galvão, a Pagu. Era tão moderna e diferente, que vinha com um manual de instruções, sugerindo móveis pequenos (para se garantir mais espaço livre), e até como usar as cortinas. O anúncio dizia “casas frias no verão e quentes no inverno”. Moderno até hoje.





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