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São Paulo nas Alturas

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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#SPsonha: pobres calçadas do Cemitério São Paulo

É na temporada das fortes chuvas de verão que o estrago no entorno do endereço fica mais nítido

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jan 2020, 14h15 - Publicado em 24 jan 2020, 06h00
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  • É na temporada das fortes chuvas de verão que o estrago no entorno do Cemitério São Paulo fica mais nítido. As calçadas estreitíssimas recebem cascatas furiosas do curioso sistema de drenagem do lugar. Nas fotos ao lado, vê-se o ralo elevado que despeja a água em quem estiver passando. Pegadinha para o pedestre. O muro alto impede que se admire e se desfrute o bosque interno. Para os muito mal-intencionados que furtam esculturas e peças funerárias, o paredão protege e os esconde da vigilância dos vizinhos.

    Cemitério São Paulo
    Cascatas despejadas durante a chuva na estreita calçada do cemitério (Ricardo Guimarães/Veja SP)

    Com mais de 100 000 metros quadrados, que se espalham entre as ruas Cardeal Arcoverde, Henrique Schaumann e Luís Murat, a necrópole tem suas vias todas concretadas. Impermeabilizar a terra da garoa e de chuvas torrenciais de verão é uma obsessão da Pauliceia que favorece enchentes.

    Cemitério São Paulo
    Espaço isolado e antipedestres, com o verde escondido (Ricardo Guimarães/Veja SP)

    Como a privatização da gestão dos campos-santos municipais não parece que vai sair tão cedo, é hora de pensar em como melhorar uma área com tanto potencial. Quem sabe as incorporadoras que estão erguendo edifícios em Pinheiros e na Vila Madalena possam patrocinar a substituição do muro por um gradil, além de reforçar a iluminação.

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    Cemitério São Paulo
    Cascatas despejadas durante a chuva na estreita calçada (Ricardo Guimarães/Veja SP)

    Aberto em 1926, como alternativa aos já lotados cemitérios de elite da cidade, Consolação e Araçá, bem que o São Paulo poderia dar mais respiro à vizinhança, antes de chegar ao centenário.

    Publicado em VEJA SÃO PAULO de 29 de janeiro de 2020, edição nº 2671.

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