#SPSonha: uma Alameda Gabriel Monteiro da Silva com calçadas largas
Projeto entregue à prefeitura prevê mudanças na via para torná-la ainda mais atrativa
A Alameda Gabriel Monteiro da Silva poderia ter repetido o mesmo apagão das avenidas Pacaembu e Brasil, com eternas placas de aluga-se e vende-se em casarões vazios. Entre 1997 e 2004, a Justiça e até urbanistas lutavam para fechar as lojas da passarela da decoração no país. Apesar de ela ter sido um corredor de trânsito desde que os bondes circulavam por lá, nos anos 1950, a intenção era segregar área residencial de comercial (coisa de superquadra de Brasília).
Os lojistas, que começaram a ocupar a via (discreta e ilegalmente) em 1982, até fizeram passeata em 2001, quando foi determinado o fechamento de mais de quarenta lojas sem alvará. O urbanista Candido Malta, que defendia a presença apenas de “consultórios e agências de viagens, de câmbio e bancárias” ali, dizia que o comércio “desqualificava o bairro”.
O corredor comercial foi legalizado em 2004, e, de lá para cá, o paulistano viu ruas que misturam moradia e comércio, da João Lourenço à dos Pinheiros, se tornar endereços cobiçados. A Gabriel, porém, ainda não tem o movimento de uma Oscar Freire ou da Haddock Lobo. A Associação Alameda Gabriel encomendou um projeto a um time comandado pelo arquiteto Bruno Padovano e o entregou no ano passado ao então prefeito João Doria.
Na proposta, mais árvores e áreas drenantes nas calçadas, que seriam alargadas. Postes com 5 metros de altura deixariam os passeios mais iluminados e seguros à noite. Árvores e lojas também ganhariam focos de luz, de baixo para cima. Obras de arte e um novo mobiliário urbano, de lixeiras a bancos, seriam acompanhados pela retirada de muros e da fiação aérea. Minitotens teriam informação turística para gente de todo o país passar mais tempo na via. Orçada em 8 milhões de reais, a parceria público-privada ainda espera algum retorno da prefeitura.