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Olivier Anquier ironiza SP na Rua e manda recado para Alê Youssef

Tudo começou na segunda-feira (30), quando o chef francês compartilhou em seu Instagram cliques de fachadas no centro de São Paulo após o evento

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 out 2019, 20h04 - Publicado em 1 out 2019, 19h21
 (Reprodução/Instagram/Veja SP)
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Olivier Anquier usou seu perfil no Instagram na manhã desta terça-feira (1º) para mandar um recado a Alê Youssef, secretário de Cultura de São Paulo. “Temos que explicar para essas famílias de privilegiados que acordaram assustados no domingo de manhã, descobrindo o estado de decomposição do seu bairro após uma noite embalada ao som delicioso e refinado dos palcos mequetrefes que animaram 11 horas de show da pior qualidade sonora… Vamos explicar a esse pessoal que não se pode criticar a expressão das ruas”, ironizou o chef francês no IGTV.

O desabafo acontece após a realização da 7ª edição do “SP na Rua”, evento que aconteceu na noite de sábado (28) e na madrugada de domingo (29) no centro de São Paulo. Tudo começou na segunda-feira (30), quando Anquier compartilhou em seu Instagram cliques de fachadas após o evento: “Como estou orgulhoso da nossa administração que cuida com tanto carinho e qualidade da nossa Cultura e do nosso patrimônio”, escreveu na legenda dos cliques. O chef é responsável pelo Esther Rooftop, restaurante na República. “Esse fim de semana tivemos o orgulhos de receber na praça da República, algo que se quer chamar de show com 11 horas ininterrupta em apologia a mediocridade sonora”, continuou no desabafo. Confira: 

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Como estou orgulhoso da nossa administração que cuida com tanto carinho e qualidade da nossa Cultura e do nosso patrimônio. Esse fim de semana tivemos o orgulhos de receber na praça da República, algo que se quer chamar de show com 11 horas inenterupta em apologia a mediocridade sonora. Tão ruim e tão alto durante toda noite que não se conseguia identificar músicas mas sim um barulho estridente ensurdecedor. Nossa administração escolheu essa zona do centro residencial povoada de muitas famílias com filhos pequenos, uma nova realidade do Centro que não existia mais a decadas. A população não quer mais deixar-la abandonada e entrega a decadência. Novos empresários e novas famílias paulistas e mesmo de todo Brasil tiveram a coragem e iniciativa de tentar mudar isso. Eles estão morando e trabalhando no Centro com muito orgulho, puxando a fila da revitalização de forma concreta. É graça a essas pessoas, citadões conscientes, que hoje existe um grande fluxo turístico nessa parte da cidade como acontece em Paris, Londres Barcelona e outras cidades do mundo que preservam e valorizam os ícones da sua história. As nossas administrações entendem de outra forma a noção de orgulho e de respeito. Fazer shows noite a dentro em pleina zona residencial em vez de escolher, no Centro, outro espaço que não incomoda moradores como o val do Anhangabau ou ver mesmo na praça da Sé, não é interessante. Esse show trouxe para ca uma turma de "revoltados" que precisaram expressar o teor da suas revoltas a traverso da arte. "Arte urbana" como é chamada. Olha nas fotos como ficou bonita a nossa cidade no domingo de manhã! Olha o Sesc da 24 de Maio que custou a nós, contribuintes, uma fábula para o bem das famílias dos trabalhadores do comércio e público geral para visitar as exposições assistir espetáculos. Olha as fotos da Galeria do Rock que graças a uma turma obsecada para salvar esse ícone da arquitetura Paulista conseguiu transformar-lo em um ícone cultural e tirar-lo do profunda estado de decadencia que se encontrava ainda 20 anos àtraz. Agradecemos a nossa administração que está trabalhando com muito disrespeito contra uma parte importante do seu povo e contra sua cidade.

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O cozinheiro então retornou ao Instagram para mandar um novo recado ao secretário de Cultura. “É verdade que eu vi alguns vídeos caseiros das portas de quartos de moradores vibrando forte e nenês chorando de medo ao som violento. Mas e aí? Tem que se sacrificar para a comunidade, gente. Não pode criticar #SP na Rua e Alê Youssef, que nos enobrece organizando no centro residencial e histórico de São Paulo ações que não trazem nada ao bairro a não ser olhos, depredações, vandalismo, sujeira e péssimo retorno midiático e eleitoral”, continuou. “Há dez anos, alguns tentam — moradores, empresas privadas, enfim… trazer nobreza a essa área da cidade”.

“Eu estou do lado da nossa administração, que escolheu Alê Youssef como secretário da cultura, ou algo assim, para fazer esse trabalho, essa parte importante… Realmente, parabéns! Vamos desrespeitar, desconsiderar quem mora no centro. Realmente, Alê. Parabéns. Não precisava retirar o seu comentário que anunciava esse show. Você se assustou, foi lá, trocou, mas ó: eu recuperei e coloquei aqui nos meus Stories. Vamos sim dar mais direito a cidade, vamos trazer coisas boas e bonitas para São Paulo e para a cultura”, disse no Instagram. Assista: 

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Todos juntos contra os moradores, empresa privadas e turista que tentam a mais de 10 anos trazer as letras de nobreza que o Centro de São Paulo merece!

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O comentário de Alê, compartilhado por Anquier no Instagram Stories? “Mais direito à cidade. #spnarua Emoção pela resistência de cabeça erguida fazendo coisas boas, bonitas e fortes. É por São Paulo. É pela cultura”. Confira: 

olivier-anquier-ale-youssef-instagram-03

Procurada, a assessoria de imprensa do secretário de Cultura não se pronunciou até a publicação desta matéria.

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ATUALIZAÇÃO, 1º de outubro de 2019, 20h04: Após a repercussão do vídeo, a assessoria de imprensa do secretário encaminhou a seguinte nota:

O Secretário Municipal de Cultura, Alê Youssef lamenta os atos de vandalismo ocorridos durante a 7.ª Edição do SP na Rua. Surpreende-se, porém, com manifestações que confundem atos isolados, protagonizados por uma minoria, com um evento cultural de tamanha relevância para a cidade, que reconhece e potencializa a cultura da noite e da tradição de coletivos, artistas e Djs, responsáveis, inclusive, pela recente requalificação e guinada do Centro de São Paulo.

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