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Cultura pop, TV e o que repercute nas redes sociais

Após polêmica com Silvio Santos, Fernanda Lima faz post

"Chega de benevolência com qualquer comportamento que de alguma forma inferiorize as mulheres", escreveu a apresentadora do "PopStar"

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 ago 2017, 16h58 - Publicado em 25 ago 2017, 13h54
 (Reprodução/Instagram/Veja SP)
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Fernanda Lima voltou a chamar atenção na tarde desta sexta (25). A apresentadora do PopStar compartilhou um longo desabafo em seu perfil no Instagram após os inúmeros capítulos da polêmica envolvendo Silvio Santos, o SBT e até Patrícia Abravanel. Após a repercussão do caso, ela decidiu usar sua influência nas redes sociais para falar sobre um assunto muito sério: o machismo.

Diante de tantas manifestações carinhosas e outras tão agressivas que venho recebendo a longo dessas semanas, resolvi escrever para elucidar os pontos que acredito e que não me fizeram calar diante desse debate público, afinal nada aqui é pessoal. É coletivo, é política“, escreveu a atriz após receber muitos comentários, positivos e negativos, sobre sua “discussão” com Silvio Santos.

Pessoalmente, ser chamada de magra, ou mesmo ser objetificada com frases do tipo ‘se ela não souber fazer amor e sexo, vou ensinar ela’, me parece um absurdo, mas não me oprime a ponto de me fazer sair do conforto do meu silêncio para pedir respeito. Sei quem sou, gosto do meu corpo e escolho com quem faço amor e sexo. No entanto, politicamente, como uma comunicadora, venho aprendendo que o mundo mudou e que não cabe mais rir do oprimido, mas sim do opressor. Ter privilégios também implica ter responsabilidade. De que adianta dar visibilidade às minorias para zombar da cara delas?“.

A apresentadora, então, fala que é necessário “romper o silêncio: “Romper o silêncio pode ser desesperador ou libertador. Prefiro acreditar na segunda opção, então, não me calo“, explicou. “Sigamos firmes no propósito de usar nossa voz para pedir respeito, igualdade e justiça. Sigamos firmes na construção de vias de comunicação, de informação, de aprendizado sobre os males sociais do machismo para que nenhuma mulher mais sofra qualquer tipo de violência pelo simples fato de ser mulher: chega de assédio, de abuso, de violência contra nossos corpos, contra quem somos. O corpo da mulher não é território público onde se pode meter a mão, avaliar, invadir, usar, agredir. Sigamos firmes e juntas construindo um grande abrigo de proteção para todas as mulheres, contra qualquer violência machista“, escreveu.

Pois enquanto escrevo esse texto, o machismo mata. Enquanto você lê esse texto, o machismo mata. No Brasil, as pesquisas mais recentes mostram que em média oito mulheres são assassinadas por dia apenas por serem mulheres. Só em 2014, foram mais de vinte mil atendimentos de mulheres no sistema público de saúde vítimas de violência sexual. Um quarto desses atendimentos foi de adolescentes e um terço foi de meninas de até 11 anos de idade. Meninas. Uma pesquisa de 2016 mostrou que quase metade dos casos de agressão grave às mulheres aconteceu dentro das suas casas, por gente próxima, família, amigos, vizinhos. Acabaram de sair dados indicando que em São Paulo, por exemplo, um terço dos assassinatos de mulheres foi praticado pelos seus maridos  ou companheiros“, diz Fernanda no texto compartilhado no Instagram. Confira: 

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https://www.instagram.com/p/BYOOQcelm0v/?taken-by=fernandalimaoficial

Ela, então, continua: “Mas, até a morte chegar, como desfecho terrível dessa história, há um longo caminho de humilhação, de abuso verbal, físico e agressões. Estamos cada vez mais conscientes e atentas. Então, chega de benevolência com qualquer comportamento que de alguma forma inferiorize as mulheres. Não vamos assistir caladas essas ‘brincadeiras’ se reproduzindo por aí a torto e a direito. Nem no SBT, nem na Globo, nem em casa, nem no trabalho e nem na mesa do bar. Nem meu pai, nem meu avô, nem meu marido, nem meu filho, nem você. Nem contra mim, nem contra nenhuma mulher ou representante de minoria política“, finaliza.

“Um beijos a todas e todos que topam encarar esse papo verdadeiramente profundo e transformador, sem mimimi”, escreveu Fernanda Lima nesta sexta (25).

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