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Homem com deficiência vai às lágrimas após ser ignorado em metrô

"As pessoas podem ser tão egoístas. Eles fingem que não podem ver ou ouvir quando eu pergunto se tem algum lugar disponível", escreveu o médico no Twitter

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 mar 2018, 20h37 - Publicado em 29 mar 2018, 19h08
 (Reprodução/Twitter/Veja SP)
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Amit Patel, um médico que ficou cego há cinco anos por causa de uma hemorragia nos olhos, desabafou no Twitter depois de ter sofrido uma experiência nada agradável: acompanhado de seu cão-guia, ele foi às lágrimas por ter sido ignorado pelos passageiros do metrô quando pediu um lugar para que ele e a mascote pudessem se acomodar no vagão.

O homem de 37 anos de idade e Kika, sua cão-guia, foram até o fim da plataforma para embarcar em um vagão especial para passageiros com deficiências. “As pessoas podem ser tão egoístas… Eles fingem que não podem ver ou ouvir quando eu pergunto se tem algum lugar disponível“, publicou no Twitter, nesta quinta (29). “É muito humilhante quando tenho dificuldades para encontrar algo onde eu possa me segurar e, ao mesmo tempo, manter Kika em segurança. São nestes momentos que você verá uma lágrima escorrer pelo meu rosto. A vida já é difícil o suficiente“.

Amit deu o comando para que Kika encontrasse um assento, mas a cadela ficou sem reação ao ver que os outros passageiros ignoraram o pedido. Após um dia de muita chuva, a cão-guia ficou escorregando pelo chão do vagão. “Kika estava muito incomodada. Ela cuida de mim todos os dias e eu me senti completamente inútil“, disse o rapaz sobre a situação.

Amit trabalhava em um hospital em Londres quando começou a perder a visão, cinco anos atrás. Após seis transplantes de córnea na Grã-Bretanha e dois nos Estados Unidos, médicos não conseguiram salvar os olhos do profissional. Ele foi diagnosticado com ceratocone, uma condição que muda o formato da córnea, em seu último ano na faculdade de medicina. 

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Após a repercussão do desabafo, Amit revelou que o que aconteceu no vagão não é nada extraordinário, mas que o incomodo de Kika foi especialmente duro para ele.

Ao jornal The Evening Standard, o médico falou um pouco mais sobre a situação: “Normalmente, alguém diz ‘aqui, fique com o meu lugar’“. Mas isso não aconteceu na quarta (28). “Ninguém se moveu, nenhuma pessoa“.

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Esta, no entanto, não é a primeira experiência negativa de Amit no transporte público de Londres: ao The Daily Mail, ele falou sobre como os funcionários e passageiros o ignoravam e esbarravam nele durante a hora do rush. Cansado, ele resolveu colocar uma câmera na coleira de Kika para registrar o comportamento do público. A esposa do médico, Seema, viu as imagens após serem gravadas. Em janeiro de 2018, ele disse que londrinos “deliberadamente” batiam nele com malas: “Eles têm muito espaço para passar por mim, mas parecem achar divertido trombar com uma pessoa cega. A Kika sempre se senta ao meu lado esquerdo, então nós normalmente bloqueamos as escadas rolantes. As pessoas batem nela com malas e guarda-chuvas para fazê-la sair do caminho“.

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Kika, que está sob os cuidados de Amit desde 2014, é uma entre os apenas 5% cães-guias treinados para levar seus donos em escadas rolantes. “Eu perdi completamente a visão do meu olho direito e o meu esquerdo está quase lá. As pessoas acham que não tem há dor ao perder a visão, mas é muito doloroso“, revelou.

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