Vizinho que jogou gás de pimenta em pedreiros é multado em 100 000 reais
Nos últimos anos, morador passou cola em fechadura e tentou arrombar, com martelo, outro apartamento

O corpo diretivo do Edifício George V, nos Jardins, entrou com um processo cível para fazer com que o morador que jogou gás de pimenta em operários de uma unidade do prédio seja obrigado a pagar uma multa de 109 000 reais. O valor não se refere exclusivamente ao ocorrido em 2020, quando o homem, irritado com uma obra no andar de cima, despejou o líquido por baixo da porta. Na ocasião, quatro pessoas passaram mal e precisaram ser medicadas. O montante cobrado do morador é em relação ao “conjunto da obra”.
Na ação, o edifício elencou todas as intercorrências provocadas pelo morador, um economista aposentado. Veja abaixo um resumo:
– No dia 24 de abril, o réu “ameaçou os prestadores de serviço de usar a violência com um soco inglês, arma branca” e, quando a arquiteta responsável pela obra chegou, ele “puxou a máscara de proteção que eu estava utilizando e soltou no meu rosto, como forma de protesto”, de que não aceitaria que seguíssemos com a obra.
– No dia 3 de junho, o réu desferiu diversas marteladas na porta social da unidade, danificando-a em vários pontos.
– No dia 12 de junho, o réu se dirigiu à recepção do condomínio e, portando um instrumento que emitia sons altíssimos, lá permaneceu por vários minutos causando enorme confusão, assustando os funcionários, outros condôminos e hóspedes.
– No dia 7 de julho o autor (síndico) acabou tendo que aplicar a referida multa, porquanto o réu, nos dias 3, 4 e 5 anteriores, com um martelo em mãos, tentou arrombar a porta de um vizinho, gritou com os funcionários, passou cola nas fechaduras e dobradiças das portas de emergência dos 16º e 17º andares, destruiu a câmera de vídeo do hall do 17º andar, atendeu um funcionário, na porta do seu apartamento, com as calças arriadas e, por fim, esmurrou a porta social da unidade.
– No dia 10 de agosto, o réu ultrapassou todos os limites da razoabilidade, invadiu propriedade alheia e atacou, com produto químico altamente tóxico, os funcionários que trabalhavam ali, que precisaram ser socorridos, hospitalizados e medicados, um deles com sangramento no sistema respiratório.
Mesmo depois do caso do gás de pimenta e da repercussão da atitude, o morador foi novamente flagrado descumprindo as regras do espaço, ao fumar no elevador social.
Como as multas são sucessivas e podem aumentar de acordo com o número de infrações, o corpo diretivo do edifício chegou ao valor total de 109 000 reais. A ação protocolada na Justiça é para garantir que a quantia seja paga.
O morador não foi localizado para comentar as ações. Quando o for, sua resposta será incluída neste espaço.