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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015

Polícia pede indiciamento de motorista que transportava Rodrigo Mussi

Delegado concluiu inquérito que apontou jornadas e cansaço excessivos por Kaique Faustino Reis

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 Maio 2022, 11h11 - Publicado em 4 Maio 2022, 11h07
Imagem mostra Kaique Faustino, de camisa cinza, falando com um microfone à frente. Na outra metade mostra um carro acidentado
Kaique Faustino: acidente após horas de trabalho (Rede Globo/Reprodução)
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A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura as causas do acidente de trânsito que culminou com sérias lesões no ex-BBB Rodrigo Mussi, em 31 de março. Para o delegado Júlio César dos Santos Geraldo, o motorista Kaique Faustino Reis, 24, foi imprudente e merece responder judicialmente por lesão corporal culposa (sem intenção). “Reafirmamos, por oportuno, nosso entendimento de que Kaique causou o acidente por enfrentar seu cansaço e incapacidade de dirigir por horas a fio, tendo sido imprudente ao desafiar os limites de seu organismo”.

A pena para esse tipo de crime é de detenção de dois meses a um ano, mais multa. Agora o inquérito vai seguir para o Ministério Público, que pode ratificar ou retificar o pedido do delegado Geraldo.

Para concluir o relatório, o policial ouviu várias testemunhas e uma das empresas para a qual o motorista prestava serviços. “Acerca desta jornada excessiva, e não fiscalizada, pela empresa de mobilidade, ouvimos Fabiana Regina Sanovick, diretora jurídica da 99. Seu depoimento está acostado às fls. 184/186 e reafirma a “liberdade” dada aos “motoristas parceiros” em, mesmo não sendo profissionais, trabalhem por horas a fio, recebendo apenas orientações genéricas de segurança e curso inicial”.

Kaique Fautino Reis prestou depoimento aos policiais em 5 de abril e, ao contrário do que dissera em entrevista logo depois da colisão, não citou ter dormido ao volante.

Aos policiais, ele falou que estava ouvindo informações no rádio, quando se deparou com o air bag em sua face. “[afirma] Que seguiu pela Marginal Pinheiros, pelo caminho designado pelo GPS, e não consegue determinar com absoluta certeza o que houve. Se recorda que estava com as mãos no volante, ouvindo comentários no rádio sobre o jogo de futebol que aconteceu no dia, Rodrigo estava quieto no banco traseiro, quando, repentinamente, se deparou como airbag contra sua face e o acidente já havia ocorrido. Olhou para o lado, procurando Rodrigo, porém não conseguiu vê-lo, e saiu do carro para verificar se a vítima poderia ter sido arremessada para fora, e nada encontrou”.

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Na sequência, o motorista detalha os momentos que sucederam à batida. “Verificou o interior do veículo, e viu que Rodrigo estava alojado no vão entre o banco do passageiro traseiro e o banco do passageiro dianteiro, com sua cabeça situada próxima do assoalho do carro e a costas arqueadas para cima. Imediatamente chamou a atenção do caminhoneiro que havia batido o carro, e este parou para assisti-lo. Pediu que acionasse o Resgate, pois estava sem seu aparelho de celular. Tentou conversar com a vítima, mas esta respondeu com “resmungos”. Durante a espera do Resgate, viu que Rodrigo tentou se movimentar, entretanto pediu-o para permanecer parado, até a chegada do socorro”.

Antes do acidente, Kaique afirmou que passou um tempo descansando, sem especificar quanto. “Sua primeira corrida foi às 21h06 min, seguindo sentido Vila Guilherme, e aceitou outra corrida até o bairro do Butantã, onde, por não haver corridas que “valessem apena”, decidiu por descansar. Que iniciou seu descanso por volta das 23h, e tardou até a terceira corrida, sentido o bairro de Pirituba fosse acionada e aceita. Ao final desta, estava seguindo sentido sua residência, pois estava com uma corrida particular agendada às 05h30 min. No caminho, o aplicativo 99 acusou uma nova corrida, e se dirigiu ao local de embarque designado pelo passageiro. Que tal fato ocorreu por volta das 03h15 min”.

O motorista de aplicativo, que também afirmou ter pedido ao ex-BBB para colocar o cinto de segurança, trabalha há dois anos com transporte de passageiro, após tentar a carreira de mecânico. No meio da pandemia, ele dirigia em dois períodos: das 4h às 12h, e das 18h às 22h. Com a flexibilização da quarentena na capital, mudou sua rotina e passou a guiar das 18h às 6h, seis dias por semana.

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Após mais de um mês do acidente, Rodrigo Mussi segue tratando das sucessivas lesões provocadas pela batida.

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