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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
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Bala Loka: quem é o paulista que vai à final do ciclismo em Paris

Atleta de 21 anos ganhou a primeira bicicleta após pai comprar quadro em ferro-velho

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jul 2024, 07h57 - Publicado em 31 jul 2024, 07h53
Gustavo, em treino na Grande São Paulo
Gustavo, em treino na Grande São Paulo (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Como uma bala disparada, a vida esportiva de Gustavo Batista de Oliveira, 21, mudou em pouquíssimo tempo. Até três anos atrás, quando ocorreu a última edição dos Jogos Olímpicos, no Japão, o menino nascido e crescido em Carapicuíba não fazia ideia de que estaria não apenas de malas prontas para a Olimpíada de Paris, como teria chances reais de levar para casa uma medalha na modalidade BMX Freestyle Park.

Entre uma pirueta e outra, ele foi bronze nos Jogos Sul-Americanos de Assunção, no Paraguai, em 2022, e garantiu no ano seguinte a inédita décima posição para um brasileiro em uma etapa na Copa do Mundo de BMX. “O primeiro objetivo já foi, que era conquistar a vaga olímpica. Agora vamos brigar mais”, diz Gustavo.

Bala Loka, antes de embarcar para Paris
Bala Loka, antes de embarcar para Paris (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Aliás, se perguntarem pelo Gustavo nas rampas e pistas de terra em “Caracas”, como ele e seus amigos se referem a Carapicuíba, dificilmente alguém saberá dizer quem é. “Só me conhecem por Bala Loka”, diz o atleta, que ganhou o apelido após passar rápido demais por uma rampa e levar um tombo daqueles. “Quando acordei de um leve desmaio, um amigo falou que eu passei igual a uma bala. O outro falou que a bala era louca. Virei o Bala Loka”, ri.

O acidente com Bala ocorreu com sua primeira bicicleta, que ele chama carinhosamente de Frankenstein. “Meu pai foi a um ferrovelho, viu o quadro de uma velha Caloi e levou para casa. Depois, foi montando com peças que ia comprando, e ganhei minha primeira BMX”, afirma o menino, com o brilho nos olhos de quem vê na Frankenstein um troféu que hoje fica exposto na parede de casa.

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A bike Frankenstein (Arquivo pessoal/Reprodução)

“Nunca tive vergonha da bike, que era feia, fazia barulho, mas era minha. Agora estou montando outra, com peças importadas, para usar nos Jogos”, diz o jovem, que embarcou para Paris na última segunda (22). Os treinos por lá começam nesta sexta (26) e, no dia 30, ocorre a primeira classificatória. A prova final será no dia 31.

Na família Oliveira, não foi apenas Gustavo quem perdeu a identidade original e ganhou um apelido. Seu pai, Edvaldo, também não é mais lembrado pelo nome civil. “agora só chamam ele de ‘o pai do Bala'”, ri o rapaz.

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