Desde que foi capturado no Paraguai, em agosto de 2014, e trazido ao Brasil para cumprir pena pelo estupro de 39 mulheres, suas pacientes, o ex-médico Roger Abdelmassih vem acumulando sucessivas derrotas judiciais, seja no âmbito penal, seja no cível.
Entre os diversos reveses estão tentativas de que ele possa obter o benefício da prisão domiciliar, devido ao seu estado de saúde, além de condenações e execuções por dívidas financeiras.
Recentemente, porém, Roger e Larissa Abdelmassih, sua esposa e advogada, venceram uma disputa que durava quatro anos. Em 16 de abril passado, a 2° Vara da Comarca de Tremembé-SP julgou extinta uma ação de paternidade ajuizada por uma mulher contra Roger.
A alegação da autora (seu nome não será revelado) para mover o processo foi que o ex-médico, especialista em reprodução in vitro, teria usado um sêmen de doador anônimo sem o conhecimento dos seus pais, o que contrariou o contrato de prestação de serviços. Quando começaram a surgir as denúncias contra Roger (não apenas de estupro, mas também de manipulação genética), a mulher então pensou que pudesse ser filha dele.
Na ocasião, procurada por Vejinha, Larissa rechaçou a ideia de união paternal entre os dois. “A defesa afirma que é uma inverdade. Apesar disso, Roger está disponível à realização do exame de DNA, com o que porá fim à especulação midiática imprudente do caso, com claro fim lucrativo.”
A reviravolta no caso ocorreu quando a autora pediu a desistência da propositura, sem informar o motivo, antes da realização do teste. Desde então, ela não foi mais localizada e não se manifestou nos autos.
Antes do fim da ação, Larissa Abdelmassih se mostrou contrária à desistência, sob o argumento de que a própria mulher poderia no futuro requerer outro teste de paternidade, mesmo após uma eventual morte de Roger.