O Cateto não voltará a funcionar após a quarentena. Instalado em Pinheiros, o bar era um lugar para tomar cerveja artesanal e petiscar queijos, embutidos e curados de pequena produção. A casa não resistiu à crise agravada pela pandemia do coronavírus.
“Tentamos o delivery, que não foi nem de longe suficiente. Todo o fluxo fica com os apps. Nos recusamos a fazer parte de um sistema tão predatório”, afirma o sócio Eduardo Jarussi. “Fizemos algumas tentativas de linhas de crédito, negociações com credores e bancos e não conseguimos nada”, lamenta, em uma descrição que poderia ser feita por tantos outros empreendedores do ramo.
O bar foi fundado em 2014 na Mooca e levou uma atmosfera hipster ao tradicional bairro da Zona Leste. Agradou logo de cara pela boa bebida, pela boa seleção de aperitivos e pela trilha sonora que misturava blues, country e folk. Em 2015, ganhou uma filial em Pinheiros, que em 2019 virou a única morada.
“No começo, acreditávamos ser passageiro [o isolamento social]. Talvez um ou dois meses. Mas, diante da falta de perspectiva do momento de retorno, não houve como prosseguir”, lamenta Jarussi. “Sempre fomos um pequeno negócio, independente e descapitalizado, sem investidores. Nosso nicho pelo tipo de produto tanto nas bebidas como nas comidas oferecia margens muito apertadas e custos extremamente altos. Já era difícil sobreviver em tempos normais.”
Cestas por assinaturas
Com o fim do bar, os sócios apostam em um novo negócio: as cestas de produtos artesanais. Por meio de um sistema de assinaturas, o clube levará às casas dos clientes itens como queijos, frios, cervejas, café, mel e vinhos. Cadastros pelo site catetocrafters.com.br.
“Estamos tentando nos reinventar”, diz Jarussi, que se mudou para São Francisco Xavier, no Vale do Paraíba (SP), região da Serra da Mantiqueira.
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