Revista Babadeira, que estreia nesta sexta (20) no Espaço Cia da Revista, busca atualizar o Teatro de Revista, gênero que alcançou o sucesso no Brasil na primeira metade do século XX. Para isso, a diretora Neyde Veneziano, especialista em teatro musical brasileiro, trocou as tradicionais vedetes — atrizes que, com roupas curtas e brilhosas, estrelavam os espetáculos da época, regados a machismo — por drag queens. “Ao pretendermos uma revista contemporânea, é necessário assumir as mudanças de comportamento relativas à diversidade, inclusão e aceitação. Se o mundo mudou ou está querendo mudar para melhor, o teatro de revista deve absorver essas mudanças e transformá-las em produto artístico a ser repensado”, explica Neyde.
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No palco, as drags Alexia Twister e Thelores, as duas commères, ou apresentadoras, buscam um tema para o espetáculo. Após conversas com os Deuses do Olimpo, a quem recorrem para inspiração, elas se encontram com Harmônio (Mercedez Vulcão), um jovem cantor sertanejo recémchegado do interior. Ele foi expulso de casa por ser homossexual e procura por seu tio, que teria sofrido o mesmo, anos atrás. Com música, dança e o tradicional teor satírico, a peça se constrói a partir de dezoito quadros, mantendo o formato de revista. (90min). 16 anos.
Espaço Cia da Revista. Alameda Nothmann, 1135, Santa Cecília, ☎ 3791-5200. ♿ Sex. e sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis (retirar os ingressos no local). Até 19/3. @teatroderevistareexistencia.
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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de janeiro de 2023, edição nº 2825