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Na Plateia

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Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)

Espetáculos imersivos apostam no paladar dos espectadores

Montagens de 'Cabaret' e 'O Fim É uma Outra Coisa' fazem um convite à participação do público

Por Laura Pereira Lima
15 mar 2024, 06h00
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Fabi Bang como Sally Bowles em 'Cabaret' (Caio Galucci/Divulgação)
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Quem for ao 033 Rooftop se encontrará em um cabaré alemão dos anos 1920. Pelo espaço, espalham-se mesas redondas, três palcos, luzes avermelhadas e uma orquestra com dez instrumentos. Isso porque o salão, no Complexo JK Iguatemi, é o cenário da nova versão do musical Cabaret, em cartaz até 12 de maio.

O espetáculo acompanha o KitKat Club, um cabaré decadente de Berlim durante a ascensão do nazismo no final da década de 1920. A casa de shows é o cenário da história de amor entre a cantora e performer inglesa Sally Bowles (Fabi Bang) e Cliff Bradshaw (Ícaro Silva), um jovem escritor estadunidense. Tem ainda personagens como Emcee, o mestre de cerimônias vivido por André Torquato.

Interpretado pela primeira vez em 1966, Cabaret tornou-se um clássico da Broadway. Além do filme de 1972, dirigido por Bob Fosse e protagonizado por Liza Minnelli, a produção já circulou por diversos países e foi encenada duas vezes no Brasil, em 1989 e em 2011. A aposta do diretor e idealizador Kleber Montanheiro para a versão de 2024 é a imersão.

“Quero que o público se sinta em um cabaré”, garante. Para isso, a plateia é convidada a chegar 45 minutos antes e assistir a números artísticos, como acrobacias no tecido, para criar uma ambientação típica da casa de shows. O público é convidado a interagir — e até mesmo dançar — com os atores. “O objetivo é ter um espectador que não só contempla, mas participa ativamente do espetáculo”, espera Montanheiro.

Para ampliar a imersão, o espetáculo oferece um cardápio especial assinado pelo chef Mário Azevedo. Por cerca de 150 reais, é possível escolher entre schnitzel, mix de salsichas ou mix de frios e embutidos, todos acompanhados por um drinque de champanhe, já que a peça se passa no ano-novo — e uma sobremesa. As refeições são cobradas separadamente e devem ser adquiridas com antecedência.

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A imersão na gastronomia não chega a ser uma novidade no 033 Rooftop. Além de Cabaret, o chef já assinou o cardápio, em 2018, de Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812 — um estrogonofe — e, em 2019, de Zorro, Nasce uma Lenda — com degustação de tapas.

Outras experiências recentes também têm apostado no estômago dos espectadores. É o caso de O Fim É uma Outra Coisa, em cartaz no Sesc Paulista até 7 de abril. Dirigida por Grace Passô e Gabriel Cândido, a peça aborda a vivência negra a partir da culinária. A plateia é convidada a interagir com Zora Santos, atriz e idealizadora da performance. Ao final, ela finaliza uma feijoada e o público é convidado a experimentar o prato. “Nossa intenção é aguçar a memória auditiva, olfativa e gustativa”, explica Zora.

Publicado em VEJA São Paulo de 15 de março de 2024, edição nº 2884.

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