Uma narrativa que atravessa quase 100 anos e tem passagens em três países: Brasil, México e Ucrânia. Assim é A Mãe Morta, peça de Mica Ella Cimet que, de forma itinerante, ocupa espaços diferentes do Centro Cultural São Paulo. De maneira não linear, a condução do enredo acontece pelas memórias de Diva (Bruli Maria), filha transexual de Paloma (Luciana Schwinden), professora judia que, devido a valores de sua criação, nunca entendeu a condição de gênero da garota.
+Bianca Bin, de ‘O Outro Lado do Paraíso’, faz sua estreia nos palcos com ‘Jardim de Inverno’
Quando a matriarca morre, Diva e os quatro irmãos se reencontram e mergulham na trama das relações da família, que veio fugida da Ucrânia em 1930. É aí que Diva inicia uma busca pessoal pela identidade da mãe, que sempre foi distante dos filhos, embora amorosa com os alunos. A história de traços autobiográficos toca em temas como racismo e antissemitismo, além da transfobia. No cenário e nos adereços, véus intensificam a atmosfera onírica e, na trilha, cantigas judaicas buscam promover os estados de alegria. A direção é de Beatriz Miranda. (90min). 16 anos.
Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, ☎ 3397-4002. ♿ Sex. e sáb., 21h. Dom., 20h. R$ 40,00 (pessoas trans têm entrada gratuita). Até 24/7. centrocultural.sp.gov.br.
+Assine a Vejinha a partir de 9,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 6 de julho de 2022, edição nº 2796