Em sua terceira edição, o Villa Mix Festival, focado na música sertaneja e suas vertentes, saiu do Campo de Marte e se arriscou em um passo maior: ocupar o Allianz Parque, conhecido por abrigar grandes shows internacionais como Paul McCartney, Coldplay e Maroon 5 (além de Roberto Carlos, do time de artistas brasileiros). A ideia da organização era dar um passo a frente para fincar de vez seu nome por aqui.
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Superprodução, havia. Um palco gigante – com mais de 30 metros de altura, repleto de referências a relógios e brincadeiras com o tempo à la Tomorrowland feat. Alice no País das Maravilhas – abrigou nove apresentações, entre elas Wesley Safadão, Jorge e Mateus, Luan Santana e Bruno e Marrone. Foram doze horas de show. Quem ficou até o final, pode ser considerado um guerreiro.
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PONTOS POSITIVOS
– Localização. Não é o melhor dos mundos, mas atualmente o Allianz se mostra um local de fácil acesso tanto na chegada, quanto na saída, por mais que role uma caminhada ou outra.
– Line-up. A escalação era de ouro e, por isso, o ingresso valia a partir de 200 reais podendo chegar a 700 reais (cambistas vendiam por mais de 1 700 reais a área premium). Luan Santana, com o show A Caixa, mostrou não só seu novo visual (alô, Tiago Irc), mas também uma evolução musical com faixas mais suingadas – que seguraram bem o público que já estava há pelo menos oito horas dentro do estádio. Matheus e Kauan, dupla que acaba de estourar na área, também chamou a atenção com Nosso Santo Bateu, cantadas também por Safadão e Israel Novaes, atrações seguintes a eles. Para quem resistiu a todos os perrengues de doze horas dentro de um estádio, se divertiu como a exibição de Israel Novaes (ele se apresentou para bem menos da metade do público de Jorge e Mateus).
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PONTOS NEGATIVOS
– Estrutura do lugar. Por mais que o Allianz seja o melhor espaço hoje para fazer shows (de no máximo quatro horas), segurar as mais de 30 000 pessoas que estavam ali durante doze horas ficou pesado demais. Alguns dos toaletes masculinos viraram – com o aval da organização – toaletes femininos (até porque a quantidade de mulheres era visivelmente maior). Filas de mais de quarenta minutos se espalhavam pelos corredores, que ficavam apertados, quase intransitáveis. A maioria das moças não resistiam e acabavam usando o mictório. A ideia é migrar definitivamente para o Autódromo de Interlagos no futuro. Com muitas cervejas derrubadas no chão, o piso, tanto da cobertura do gramado quanto nos corredores, era um perigo para o público: quase todo mundo deu pelo menos uma derrapada em algum momento.
– Looks do dia. É um festival de sertanejo e a grande maioria vai para paquerar. Por isso, as meninas capricharam no visual. Agora, entrar de salto em um terreno irregular e aguentar a quantidade de horas em pé ali, é para poucas.
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– Jorge e Mateus. A dupla é a anfitriã do negócio, o que daria a ela a missão de não só atender jornalistas mas principalmente fazer um grande espetáculo. A apresentação chamou a atenção pela queima de fogos mais intensa, no entanto, o duo ficou apagado no meio do festival, com som abafado. Até mesmo quem estava ali na beira do palco não conseguia entender uma única palavra cantada por Jorge. Esperava-se mais dos dois.
O festival continua na sua caminhada para crescer em São Paulo e já tem proporção para ocupar Interlagos, já que na quarta (7), o local na Zona Sul recebeu – muito bem – o Maximus Festival voltado para o metal e hard rock, com um pouco menos de público (25 000 pessoas), mas com mais conforto.