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Mariana Barros - Morar em SP

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Um olhar por onde andamos: Benedito Abbud

Todo o paulistano precisa olhar bem por onde anda. Porque, infelizmente, se não olhar pode cair.  A lamentável situação das calçadas da cidade já foi tema de reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO (leia aqui). Preocupado com essa situação, o paisagista Benedito Abbud lançou um novo olhar por esse locais onde andamos: criou o conceito […]

Por admin
Atualizado em 27 fev 2017, 10h51 - Publicado em 14 Maio 2013, 15h29
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Brascan Century Plaza: superfície capaz de drenar a água da chuva (Fotos Divulgação)

Todo o paulistano precisa olhar bem por onde anda. Porque, infelizmente, se não olhar pode cair.  A lamentável situação das calçadas da cidade já foi tema de reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO (leia aqui). Preocupado com essa situação, o paisagista Benedito Abbud lançou um novo olhar por esse locais onde andamos: criou o conceito de calçada viva, ou seja, a calçada que todas gostariam de ser e que todos nós gostaríamos que elas fossem.

A ideia surgiu em 2006, quando o arquiteto participou de uma mostra Casa Cor, e foi sendo aprimorada com o passar dos anos. O ponto de partida é pensar na calçada como algo primordial para a cidade, um elemento fundamental do urbanismo, e não um espaço secundário de manutenção mambembe. Para funcionarem bem, as calçadas precisam, em primeiro lugar, ser niveladas. Em segundo, arborizadas. Em terceiro, acessíveis para quem tem dificuldade de locomoção. “A projeção de calçadas vivas ou ecológicas incentivaria as pessoas a caminharem mais”, diz Abbud.

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Se os moradores se habituassem se locomover a pé, a cidade ganharia em outras duas frentes: na redução dos congestionamentos, já que em várias situações seria agradável deixar o carro em casa, e no combate à violência, já que locais movimentados são sempre mais seguros. Para Abbud, as calçadas devem ainda ser mais largas, para abrigar ciclovias, e contar com espaços delimitados para o plantio de árvores e a instalação de telefones e lixeiras. Precisam ser  acessíveis, com rampas que facilitem a vida de cadeirantes, idosos, bebês em seus carrinhos etc.

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Praça Victor Civita, em Pinheiros, outro projeto do paisagista

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Outra sacada dele é apostar numa versão ecológica desses passeios, com grama e arbustos que ajudem a diminuir a temperatura e a melhorar a qualidade do ar. Até as enchentes podem ser combatidas pelas calçadas: basta usar um piso drenante. No empreendimento da Tecnisa Jardim das Perdizes, do qual falamos aqui no blog, foi projetada uma calçada desse tipo. O volume é direcionado para o lençol freático em vez de sobrecarregar as galerias pluviais e gerar enchentes. Benedito Abbud é um dos paisagistas que assina o projeto. “Se todas calçadas de São Paulo recebessem pisos drenantes, eles levariam embora o equivalente a 120 piscinões do tamanho da Praça Charles Miller, no Pacaembu”, diz ele.

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O arquiteto e paisagista Benedito Abbud

Um bom exemplo de como as calçadas paulistanas poderiam (e deveriam) ser pode ser visto no Brascan Century Plaza, no Itaim Bibi, onde ficam os cinemas Kinoplex. Ali, o paisagismo criado por Abbud conseguiu dois feitos. Um, ter uma calçada ecológica, com piso drenante e boa vegetação distribuída (há pau-brasil, sibipiruna e bromélias). Dois, integrar o espaço públicos e o privado de tal maneira que o pedestre nem percebe que entrou no empreendimento.  Esse projeto, que completa uma década em junho, nunca foi tão atual. Tanto é que será reeditado numa nova versão na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Campinas, onde o paisagista está criando uma praça integrada à Torre Matarazzo, empreendimento da CCP e Camargo Corrêa também já abordado na revista e aqui no blog. Veja aqui em primeira mão como deve ficar:

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Praça da futura Torre Matarazzo, na Avenida Paulista: entrar no empreendimento sem perceber que entrou

 

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