A moda não é nova, já dura uns quatro anos, mas é do tipo que veio para ficar. Nos bairros mais arborizados da cidade, em meio aos troncos que emergem de canteiros ou das calçadas, é fácil encontrar pequenos orquidários. Na maioria das vezes, são cultivados por porteiros ou zeladores, depois de terem sido dispensadas por usuários ou moradores dos edifícios. “Vi perto do lixo um vaso com um galho seco e folhas ainda bem verdes. Fiquei com pena de jogar fora e comecei a cuidar”, conta o porteiro João Donizete Sobrinho, que trabalha num edifício comercial no Itaim Bibi. Meses depois, surgiram três botões. E logo o velho galho seco voltou a florir. “Foi uma surpresa, são muito bonitas”, diz ele, que conta ter se inspirado em um outro colega, que encheu de flores um tronco a alguns quarteirões dali. As espécies variam bastante e os cuidados também. Há as que precisam ser regadas com maior ou menor frequência, as que resistem a um pouco de sol e as que não aguentam. “Ainda estou aprendendo. Muita gente comenta que elas estão bonitas e dá dicas de como cuidar”, diz. O gesto é a prova de que mesmo nesta selva de pedra ainda há espaço para pequenas grandes gentilezas.