Nunca se construiu tanta quitinete na cidade (ou kitchenette, para os que preferirem assim). Dados do Secovi mostram que no ano passado foram lançadas 1769 unidades do gênero, mais de seis vezes o total de 2010. Muitas delas têm perfil de alto padrão, com design caprichado e ótima localização. São voltadas principalmente a recém-divorciados, universitários, idosos e casais sem filhos. Normalmente seus moradores abrem mão de um imóvel mais espaçoso para poderem residir perto de onde trabalham ou estudam, indício dos impactos que o trânsito vem causando ao mercado imobiliário. Outra razão, claro, é o preço das quitinetes, mais baixo que dos apartamentos convencionais. Quem não está em condições de investir num imóvel de um dormitório, mas quer acima de tudo ter seu próprio canto, tem aí uma alternativa.
A proliferação das “quitis” mostra que São Paulo vive uma tendência que já se consolidou nas metrópoles europeias e norte-americanas. Nós é que somos muito mal acostumados a ter espaço. Área de serviço, lavanderia separada da cozinha, quintal e jardim são itens de luxo fora do Brasil. Por aqui, ainda são regra, mas será que por muito tempo?
A escalada das “quitis”
Veja abaixo como aumentou o número de imóveis super compactos
2010
Até 30 m² = 54 unidades residenciais
Até 35 m² = 258 unidades residenciais
2011
Até 30 m² = nenhuma unidade
Até 35 m² = 1.615 unidades residenciais
2012
Até 30m² = 328 unidades residenciais
Até 35m² = 1.769 unidades residenciais
(Obrigada ao colega Danilo Braga e ao leitor Octavio Barros, que sugeriram este post!)