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Maria-fumaça ganha vagão restaurado dos anos 60 e volta para os trilhos

Sem transportar passageiros por vinte anos, a relíquia encontrada como sucata ganhou reforma de R$ 400 000 e agora integra percurso de Campinas a Jaguariúna

Por Humberto Abdo
16 jul 2021, 06h00
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  • Antes de poder circular por Campinas, um antigo carro de passageiros reformado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) precisou encarar uma longa jornada interestadual. Criado em 1965, o vagão que cumpria o trajeto do trem Rio Doce, na Estrada de Ferro Vitória-Belo Horizonte, foi descoberto na “fila da sucata”, prestes a ser destruído. “Eram três da mesma série e decidimos pegar todos em 2009. Aí começou a epopeia para transferi-los: de Vitória a Belo Horizonte, depois para Paulínia e de lá colocados em uma carreta”, relembra Helio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF, responsável por integrar uma das relíquias ao trecho da maria-fumaça que percorre os trilhos de Campinas a Jaguariúna.

    Vagão que circulava de Vitória a Belo Horizonte aparece em foto de arquivo. Suas cores são amarelo e vinho. O vagão está parado e alguns passageiros circulam à direita na plataforma da estação.
    O vagão restaurado circulava de Vitória a Belo Horizonte na década de 60 (Reprodução/Acervo ABPF/Veja SP)

    Após alguns reparos, o veículo ficou guardado por quase dez anos e o projeto só foi retomado em 2020 — a pandemia, claro, atrasou ainda mais o processo. A restauração final recebeu auxílio de 80 000 reais da empresa Vale e respeitou os elementos originais, com a estrutura em alumínio e o mesmo tom de pintura. “Já está circulando desde 3 de julho, mas não pudemos fazer uma inauguração oficial.”

    A passagem para o percurso completo custa R$ 140,00 a inteira. Quem levar 1 quilo de alimento pagará meia. Os ingressos são vendidos na bilheteria no dia do passeio (aos sábados, domingos e feriados) ou pelo site www.mariafumacacampinas.com.br/. Acessível a deficiente físico.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 21 de julho de 2021, edição nº 2747

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