Antes de poder circular por Campinas, um antigo carro de passageiros reformado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) precisou encarar uma longa jornada interestadual. Criado em 1965, o vagão que cumpria o trajeto do trem Rio Doce, na Estrada de Ferro Vitória-Belo Horizonte, foi descoberto na “fila da sucata”, prestes a ser destruído. “Eram três da mesma série e decidimos pegar todos em 2009. Aí começou a epopeia para transferi-los: de Vitória a Belo Horizonte, depois para Paulínia e de lá colocados em uma carreta”, relembra Helio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF, responsável por integrar uma das relíquias ao trecho da maria-fumaça que percorre os trilhos de Campinas a Jaguariúna.
Após alguns reparos, o veículo ficou guardado por quase dez anos e o projeto só foi retomado em 2020 — a pandemia, claro, atrasou ainda mais o processo. A restauração final recebeu auxílio de 80 000 reais da empresa Vale e respeitou os elementos originais, com a estrutura em alumínio e o mesmo tom de pintura. “Já está circulando desde 3 de julho, mas não pudemos fazer uma inauguração oficial.”
A passagem para o percurso completo custa R$ 140,00 a inteira. Quem levar 1 quilo de alimento pagará meia. Os ingressos são vendidos na bilheteria no dia do passeio (aos sábados, domingos e feriados) ou pelo site www.mariafumacacampinas.com.br/. Acessível a deficiente físico.
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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de julho de 2021, edição nº 2747