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Livro conta caso de Farah Jorge Farah, médico que esquartejou ex-amante

Catorze anos após o crime, cirurgião foi encontrado morto e vestido de mulher em sua casa. "O Médico que Virou Monstro" traz detalhes inéditos da história

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 dez 2021, 10h14 - Publicado em 10 dez 2021, 06h00
Farah Jorge Farah no presídio em imagem vista de cima. Ele é um homem branco e calvo, usa óculos, tem cabelos escuros e barba. Ele segura a grades brancas de metal na cadeia e usa uma camisa cinza.
Farah Jorge Farah esquartejou Maria do Carmo Alves ex-amante e paciente, em 2003. (José Luis da Conceição/Divulgação)
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Quando os policiais chegaram à casa do médico Farah Jorge Farah, 68, na Vila Mariana, em 22 de setembro de 2017, o homem que ficara conhecido por matar e esquartejar sua ex-amante e paciente, Maria do Carmo Alves, estava morto na cama, com um corte na perna e vestido de mulher.

No dia anterior, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia determinado que ele voltasse à cadeia para terminar de cumprir a pena de catorze anos que recebera pelo assassinato de Maria do Carmo, catorze anos antes.

O desfecho da história surpreendeu até o experiente delegado Osvaldo Nico Gonçalves. “Ele colocou uma música sinistra, uma música de terror, coisa estranha, fúnebre. E se vestiu com roupas de mulher, colocou seio, injetou silicone no próprio corpo”, afirmou Nico, à época. Farah era cirurgião plástico.

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Esses fatos foram contados na ocasião por Vejinha, mas detalhes inéditos do caso, tanto do crime quanto do final da história, são narrados agora pela jornalista Patricia Hargreaves no livro O Médico que Virou Monstro, da editora Máquina de Livros, recém-lançado.

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Foto mostra peças de roupa feminina usadas pelo cirurgião.
Roupas femininas usadas por Farah. (TV/Reprodução)

Um deles é que Farah chegou a se aproximar da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de ele assumir o Planalto. Lá pelos anos 1990, o cirurgião consultou a hoje falecida esposa de Lula, Marisa Letícia. “A partir daí, as duas famílias ficaram próximas. Lula chegou a receber o cirurgião e os pais dele em seu apartamento em São Bernardo do Campo, onde cozinhou um peixe na folha de bananeira”, conta Patricia Hargreaves.

“Em retribuição, o político e dona Marisa foram chamados para um banquete árabe na casa dos Farah. O médico também estava entre os convidados da festa de aniversário de 50 anos do ex-presidente.”

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Capa preta do livro mostra o rosto de Farah em preto e branco. O título e outros escritos estão em branco e vermelho (a palavra
Capa do livro “O Médico que Virou Monstro”, da jornalista Patricia Hargreaves. (Divulgação/Divulgação)

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No campo da investigação, o livro mostra que o caso foi o primeiro do Brasil a ser esclarecido com a ajuda de um produto chamado luminol, que detecta a presença de sangue. Posteriormente, a substância foi utilizada em diversas outras investigações criminais, famosas ou não.

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Defendido por advogados de peso, Farah Jorge Farah ficou apenas quatro anos encarcerado. Durante o período, não conheceu nenhuma penitenciária do estado, pois ficou detido em uma delegacia da capital destinada a presos com formação superior.

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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de dezembro de 2021, edição nº 2768

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