Programas de calouros são populares desde os tempos em que o rádio era a vedete na maioria dos lares brasileiros. Com a chegada da televisão, era natural que esse tipo de atração também fosse parar na telinha, e alguns programas se tornaram a própria história desse veículo que já foi tão popular.
Parte importantíssima dos programas de calouros, a bancada de jurados é um capítulo à parte nessa história. Composta geralmente de profissionais da música e artistas do momento, eles eram os responsáveis por mandar o candidato a artista mais rápido pra casa ou fazer dele um astro. Amados ou odiados pelo público, o fato é que muitos deles se tornaram lendários. Aqui estão alguns deles:
- José Fernandes
Produtor musical, maestro, redator e radialista, ficou conhecido nacionalmente ao se tornar jurado de programas de televisão, como Flávio Cavalcanti e Silvio Santos, função que exerceu por treze anos. Eternamente mal humorado, ele frequentemente dava notas zero aos candidatos. Nos anos 70, tornou-se o símbolo do jurado durão, que dificilmente sorria. Morreu em setembro de 1979, aos 53 anos de idade.
- Clécio Ribeiro
Conhecido por se exaltar a cada opinião que lhe era pedida, colocando e tirando o óculos freneticamente enquanto destilava seus comentários, geralmente amargos, a quem quer que fosse. Foi jurado do programa Flávio Cavalcanti e também do programa da Record Quem tem Medo da Verdade, no início dos anos 70. Depois, entrou para o júri do programa de calouros de Silvio Santos, um pouco menos sisudo, mas ainda disposto a falar o que pensava, não importando as consequências.
- Elke Maravilha
Uma das juradas mais queridas pelo púbico do Chacrinha e do Silvio Santos, Elke participou desses programas durante as décadas de 70 e 80. Russa de nascimento e alemã de cidadania, ela veio para o Brasil com 6 anos de idade, foi miss, cantora, atriz, modelo, fez cinema, televisão e teatro. A princípio recatada, ela aproveitou a beleza exótica e o porte (tinha 1,80m) para criar uma personalidade extravagante e que sempre passava mensagens positivas às pessoas. Jurada sempre boazinha, dava conselhos valiosos aos candidatos que julgava. Morreu em 2016, aos 71 anos.
- Aracy de Almeida
Amiga pessoal de Noel Rosa, Aracy era uma cantora e atriz de grande repercussão entre as décadas de 30 e 50. Depois se dedicou ao rádio e chegou até a fazer cinema entre 1946 e 1968. Nos anos 70, foi ser jurada do Cassino do Chacrinha, e depois da morte do Velho Guerreiro, passou para o Show de Calouros do Silvio Santos. Fazia o tipo mal humorada, e até ganhou o apelido de “José Fernandes de saia”. Na fase em que o Show de Calouros premiava os candidatos com dinheiro, ela sempre vinha com o mesmo bordão: “déish pau!”, que era o menor valor possível dado aos candidatos. Morreu em 1988 aos 73 anos.
- Pedro de Lara
Pedro de Lara era amigo de Silvio Santos desde os tempos do rádio. Como jurado, ele passou pela Buzina do Chacrinha na Tupi, e na metade dos anos 70, entrou para o Show de Calouros de Silvio Santos. Figura cômica, quase um personagem de desenho animado, era um dos mais queridos do programa. Nos anos 80, fazia também o programa do Bozo, com o personagem Salsi Fufu. Morreu em 2007, aos 82 anos.
- Wilza Carla
Vedete e atriz dos tempos das chanchadas, ela fez diversos papeis no cinema e televisão, sendo muito lembrada como a Dona Redonda/Dona Bitela de Saramandaia, na década de 70. Nos anos 80 foi jurada do Show de Calouros de Silvio Santos. Morreu em 2011.
- Jacinto Figueira Junior
O Homem do Sapato Branco, como era conhecido, foi o precursor dos programas de “perrengues” entre famílias na televisão. Famoso nos meios de comunicação desde os anos 50, em 1979 ele apresentava o programa em que trazia para as câmeras “a dura realidade do povo”, como ele mesmo dizia. Entre 81 e 84, seu programa esteve no SBT, e nesse tempo ele também era jurado do Show de Calouros. Acostumado a enfrentar problemas de comportamento dos convidados em seu programa, como jurado ele era durão. Morreu em 2005, aos 78 anos.
- Décio Piccinini
Recordista do Show de Calouros de Silvio Santos, o jornalista esteve na bancada de jurados do programa por 27 anos, em todas as suas versões e diferentes emissoras. Sempre fez o tipo sério, mas não rigoroso, com opiniões sempre muito respeitadas pelos candidatos. Apesar de aposentado, ainda está na ativa, escrevendo artigos e participando de programas de TV.