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Vai-vai muda de endereço e planeja espaço moderno para a nova sede

Após cinco décadas de baterias e celebrações na Rua São Vicente, membro da escola de samba relembra histórias vividas no Bixiga

Por Humberto Abdo
1 out 2021, 06h00
foto antiga de homens com fantasia branca tocando instrumentos conjuntamente
Início modesto: nas ruas do Bixiga, sede da Vai-Vai começou com uma lona de circo (Reprodução/Arquivo Vai-Vai/Divulgação)
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Depois de acolher muitas comemorações e rodas de samba por cinquenta anos, a sede da Vai-Vai mudará de endereço. No entorno da Rua São Vicente com a Doutor Lourenço Granato, o local dará espaço às obras da Linha 6 — Laranja, do metrô, mas as raízes da escola de samba não devem sair da região. “A história da Vai-Vai se confunde com a trajetória do próprio bairro do Bixiga”, diz o diretor cultural Fernando Penteado. “Então vamos alugar um espaço para nossos ensaios por aqui mesmo até a obra da nova sede ficar pronta.”

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A futura quadra com acústica moderna — sem incomodar a vizinhança — e palco com telão de LED será o oposto do que foi a Vai-Vai em seu início modesto e itinerante como cordão carnavalesco, nos anos 1930. Até o fim da década de 60, os instrumentos do grupo ficavam guardados na casa de um diretor e a primeira sede oficial, na Rua 14 de Julho, foi usada por poucos anos. “A chegada do Minhocão nos obrigou a sair dali às pressas no Carnaval de 1972”, relembra.

aglomeração de pessoas na rua em festa da vai-vai. dá para ver só as cabeças das pessoas, com a foto tirada no meio da multidão, e lá na frente tem um palco com vai-vai escrito
Adeus às aglomerações: ensaios e festas na Rua São Vicente darão espaço às obras da linha 6 – Laranja do metrô (Reprodução/Arquivo Vai-Vai/Divulgação)
mestre-sala e porta bandeira ensaiando na rua com bandeira da vai-vai
(Reprodução/Arquivo Vai-Vai/Divulgação)
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A estrutura atual, instalada em um terreno baldio, começou com apenas uma cobertura de circo e vigas metálicas. “Tanto que nos apelidaram de cirquinho, pois não tínhamos quadra, e chamávamos ali de tenda dos milagres. Foi onde conheci minha esposa, assim como vários outros conheceram.” Mais uma vez, acredita Fernando, o progresso da cidade fará com que eles avancem. “A pandemia levou muitos da escola, a velha guarda e os jovens, e estamos apreensivos para recomeçar. Mas as lembranças vão ficar no coração.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 6 de outubro de 2021, edição nº 2758

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