No fim da década de 40, Oswaldo Lopes Fiore criou o conceito dos Aqualoucos. Vestidos em trajes de banho listrados, os marmanjos começaram a fazer estripulias nos trampolins do Clube de Regatas Tietê. Para se ter uma ideia do sucesso, o grupo se apresentou na inauguração do Parque Ibirapuera, em 1954.
Com o intuito de relembrar a trajetória desses malucos das piscinas, o cineasta Victor Ribeiro, filho de um dos integrantes, foi atrás de imagens de arquivo para ilustrar o documentário Aqualoucos. “Embora Fiore tenha sido o precursor, os Aqualoucos ganharam mais fama entre as décadas de 70 e 80”, explica o diretor.
Conhecidos como Caçarola (pai do realizador), Jabolão, Rififi, Faustinho, Biagione e Manolo, eles viraram sensação na época, sobretudo nas exibições após os bailes de Carnaval do Clube Tietê. Ribeiro abre um capítulo no roteiro apenas para mostrar as façanhas de Walnei Almeida Reis, o Manolo, que, em 1987, saltou de um helicóptero a 48 metros de altura em direção à piscina. Desmaiou depois da queda, mas acabou no Guinness, o livro dos recordes.
Nas entrevistas, os aqualoucos relembram mais maluquices, fraturas e arranhões. Para coroar seu trabalho, o cineasta juntou seis aqualoucos mais Fiore para uma reunião informal no esporte Clube Pinheiros — em 2013, as plataformas e os trampolins do Tietê foram demolidos. “Encontrei a espinha dorsal do filme quando entendi que era uma homenagem aos heróis da minha infância”, diz Ribeiro, que presenciou em 1993, aos 8 anos, o último show de seu pai.