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Memória

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Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.

Livro reconstitui a trajetória da Congregação Israelita Paulista

Recém-lançada, a obra Olhares de Liberdade. CIP — Espaço de Resistência e Memória resgata a importância da tradição judaica

Por Maurício Xavier Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 jan 2019, 06h00 - Publicado em 11 jan 2019, 06h00
Sede projetada por Henrique Mindlin, e o culto dedicado a Herzog: momento de destaque (Reprodução/Veja SP)
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Lançado no fim do ano passado, o livro Olhares de Liberdade. CIP — Espaço de Resistência e Memória (Congregação Israelita Paulista; 280 páginas), de autoria da historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, é dedicado ao reconhecimento do papel de resistência e memória da Congregação Israelita Paulista (CIP).

Com textos dos rabinos Fernanda Tomchinsky-Galanternik, Michel Schlesinger e Ruben Sternschein, a obra reúne histórias de vida, sobretudo dos pioneiros da entidade. A trajetória da congregação começou em 1934, quando um grupo de cerca de quarenta jovens refugiados da Alemanha nazista fundou por aqui a Sociedade Israelita Paulista, rebatizada com o nome atual dois anos depois.

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Paulo Evaristo Arns, cardeal-arcebispo de São Paulo, com o rabino Henry Sobel, durante o culto acumênico celebrado em memória do jornalista Wladimir Herzog (Claudio Edinger/Divulgação)

Originalmente, a instituição oferecia cursos, promovia encontros, organizava festas e também publicava um boletim periódico para comunicar aos associados as notícias da terra natal. Em 1938 foi criado o jornal Crônica Israelita, o principal veículo informativo da comunidade judaica até 1969. Um dos momentos mais marcantes da entidade ocorreu em outubro de 1975, época da morte do jornalista Vladimir Herzog, após sofrer tortura por órgãos de repressão da ditadura militar. A versão oficial do regime, de que ele cometera suicídio nas dependências do Exército, causou comoção nacional.

Representante da CIP, o rabino Henry Sobel não permitiu que Herzog, judeu, fosse enterrado na ala dos suicidas do Cemitério Israelita, no Butantã, como manda a lei judaica. Poucos dias depois, o religioso também foi um dos organizadores, ao lado do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, do culto ecumênico, acompanhado por cerca de 10 000 pessoas, na Catedral da Sé, em memória do jornalista.

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