Um dos estabelecimentos comerciais mais antigos da capital está em festa. Localizada na tradicional Rua Florêncio de Abreu, no centro, a Casa da Boia completa 120 anos neste mês. Inaugurada em 1898, ela foi a primeira fundição de cobre do país e, possivelmente, do continente. Seu primeiro nome foi Rizkallah Jorge e Cia., em homenagem ao fundador, um imigrante sírio da cidade de Aleppo que havia desembarcado três anos antes no Brasil.
Em seus primeiros anos, o estabelecimento dedicou-se à fabricação de artefatos de decoração, como arandelas, gradis e candelabros. No início do século XX, passou a produzir materiais sanitários, como sifões, canos, caixas de descarga e boias de caixa-d’água — daí o surgimento do nome, informal, que depois se tornaria oficial.
Ainda hoje o negócio é uma referência na venda de metais não ferrosos. A sede da empresa, um casarão de dois andares em estilo art nouveau, é tombada desde 1992 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Há dez anos, a loja passou por uma grande restauração.
Na próxima segunda (14), um evento no local marcará o lançamento da Casa da Boia Cultural, que terá a finalidade de abrigar exposições e outras manifestações artísticas.