No final da década de 70 e início da de 80, o Brasil inteiro foi tomado por uma novidade que fez toda criança sonhar: os mundialmente famosos Kikos Marinhos. Alardeados como sendo os bichinhos de estimação mais legais que você poderia ter, eles eram vendidos em qualquer banca de jornal e lojas de brinquedos, numa espécie de kit, que ensinava como criar os bichinhos.
O kit era composto de dois envelopes, um com ovos desidratados e outro com a suposta comida para fazê-los crescer. Na embalagem, desenhos de personagens humanoides coloridos (pareciam habitantes de Atlântida), o que fazia as crianças imaginarem que os bichos iam crescer tanto que iam sair do aquário para brincar com elas.
Na verdade, eram pequenos crustáceos que, se tudo desse certo, cresceriam até mais ou menos 1 centímetro de comprimento, e eles deveriam interagir entre si, o que justificava a propaganda, que dizia que eles eram brincalhões.
Funcionava assim: colocávamos o conteúdo do primeiro envelope –os ovos- num recipiente com água, e todo dia colocávamos um pouco da ração, o conteúdo do segundo envelope, para ir alimentando os bichos. Aí, era só esperar alguns dias, talvez semanas, para eles crescerem e começarem a fazer a festa.
Infelizmente, as condições para que a experiência desse certo deveriam ser muito críticas porque quase ninguém conseguiu ver seus Kikos Marinhos ganharem vida. As crianças comparavam os kits aos montes, e como não dava certo, jogavam fora e compravam de novo, com a esperança de que tinham feito alguma coisa errada, mas acertariam da próxima vez. Por isso, o “brinquedo” vendeu tanto… todo mundo que comprou, repetiu a dose pelo menos mais uma vez.
No início da década de 80, a onda avassaladora dos Kikos Marinhos passou, mas alguns poucos exemplares podiam ser encontrados em lugares específicos. No início dos anos 2000, eles foram relançados no Brasil, mas sem o sucesso de antes. No exterior, a venda dos kits de criação continua com relativo sucesso até hoje. Lá fora, eles são conhecidos como “Sea-Monkeys”.