‘The Last of Us’ tarda mas não falha em entregar momentos devastadores
Segunda temporada da série da Max, inspirada em videogame, é mais vagarosa, mas não menos elaborada

Produções inspiradas em videogames, como The Last of Us, andam na corda bamba com o público, principalmente com os aficionados pela obra original. Afinal, o júri dos gamers sempre interfere na reação e repercussão.
A série da Max, criada por Craig Mazin e Neil Druckmann, conseguiu se provar um dos exemplos mais bem-sucedidos, graças a uma produção excelente e boas escolhas quanto a divergências e convergências com o enredo inicial.
A segunda temporada, composta por sete episódios, lançados semanalmente até 25 de maio, dá continuidade à história de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) em um mundo destruído por uma pandemia de fungos, que transformou pessoas infectadas transformadas em uma espécie de zumbis.
Cinco anos após viajarem de Massachusetts para Wyoming e enfrentarem um grupo de cientistas que faria experimentos no cérebro de Ellie (que é imune ao fungo) na busca pela cura, os dois encontram-se na cidade fria de Jackson.
Agora, com 19 anos, a jovem aperfeiçoou suas habilidades e atira contra os infectados com um rifle de longo alcance. No entanto, com a maioridade, surgem novos problemas. As dinâmicas entre os dois mudam, com dilemas de um pai solteiro e uma filha adolescente (apesar de não serem familiares de sangue e terem se unido pela sobrevivência).
Além da família e da autodescoberta de Ellie, a vingança vira um foco com a chegada de Abby Anderson (Kaitlyn Dever), filha de um dos cientistas mortos na leva anterior.
É uma temporada mais vagarosa, mas não menos corajosa e elaborada. Há momentos devastadores e de partir o coração. As performances do elenco são excelentes, amplificadas por uma direção de arte impressionante.
Com dedo de um dos criadores do videogame (Neil Druckmann), os produtores propõem uma visão surpreendente sobre a narrativa, com mudanças de tom constantes e surpresas inesperadas.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 2 de maio de 2025, edição nº 2942