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Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

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A morte de Shelley Duvall e um legado de força na história do cinema

Atriz americana, que ficou conhecida pelo papel 'O Iluminado' (1980), de Stanley Kubrick, morreu aos 75 anos

Por Mattheus Goto
Atualizado em 11 jul 2024, 20h01 - Publicado em 11 jul 2024, 17h10
Shelley Duvall
Shelley Duvall, ícone do cinema (PBS-Public Broadcasting System/Wikimedia Commons)
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A atriz Shelley Duvall morreu nesta quinta-feira (11), aos 75 anos, em sua casa na cidade de Blanco, no Texas, devido a complicações de diabetes. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11) por Dan Gilroy, com quem tinha um relacionamento desde 1989.

“Minha querida, doce e maravilhosa companheira de vida e amiga nos deixou. Muito sofrimento nos últimos tempos, agora ela está livre. Voe para longe, linda Shelley”, disse Gilroy.

Shelley deixou um marco na história do cinema com sua performance icônica em O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick. Em contrapartida, também teve a vida impactada pelo trabalho.

Shelley Duvall no papel de Wendy Torrance em 'O Iluminado'
Shelley Duvall no papel de Wendy Torrance em ‘O Iluminado’ (Reprodução/Reprodução)

Nascida em 1949, a artista norte-americana estreou no cinema com o diretor Robert Altman, em Voar é com os Pássaros (1970). A parceria entre os dois se estendeu por mais cinco filmes nos anos 70.

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Com o papel em Três Mulheres (1977), dirigido por Altman, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. No mesmo ano, foi coadjuvante em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen, que venceu o Oscar de melhor filme.

Em 1980, protagonizou Popeye, longa inspirado no desenho animado e também dirigido por Altman, ao lado de Robin Williams (1951-2014). E, então, veio o clássico O Iluminado.

Para atender ao perfeccionismo de Kubrick, Shelley viveu situações emocionalmente extremas durante as gravações. [Kubrick] não grava nada até o take 35. Trinta e cinco tomadas, correndo e chorando e carregando um garotinho, fica difícil. E performance completa desde o primeiro ensaio. Isso é difícil”, disse a atriz, em entrevista ao The Hollywood Reporter, em 2021.

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“Depois de um tempo, seu corpo se rebela. E diz: ‘Pare de fazer isso comigo. Não quero chorar todos os dias’. E às vezes só esse pensamento já me fazia chorar. Acordava numa segunda-feira de manhã, tão cedo, e percebia que teria que chorar o dia todo porque estava marcado. Eu simplesmente começava a chorar. Eu dizia a mim mesma, ‘Não posso, não consigo’. E ainda assim conseguia. Não sei como fiz isso. Jack [Nicholson] também disse isso para mim: ‘Não sei como você consegue’”, acrescentou Shelley.

Na década seguinte, a atriz notou uma queda nas ofertas de trabalho na frente das câmeras, mas seguiu uma carreira prolífica como produtora. No entanto, com problemas familiares e o diagnóstico de câncer do irmão, decidiu tirar um período sabático. Antes da pausa, estrelou Um Presente de Deus (2002), de Gabrielle e Maria Burton.

Ao longo dessa trajetória, veio a público a sua luta pela saúde mental. Uma entrevista de 2016 ao programa Dr. Phil McGraw, da emissora CBS, recebeu críticas pela abordagem indelicada e espetacularizada dos problemas vividos pela artista.

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Apesar das dificuldades, voltou à indústria vinte anos depois, como parte do elenco de The Forest Hills (2023), filme independente de terror dirigido por Scott Goldberg. Estava empolgada com o retorno: Jessica Tandy ganhou um Oscar quando tinha 80 anos. Ainda posso ganhar”.

Além dos papéis inesquecíveis na cinematografia, Shelley deixa um legado de força, dedicação e talento.

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