‘Senna’ dramatiza batalha pessoal, relações e intimidade do ídolo da F1
Gabriel Leone estrela série com qualidade de som, design de produção e direção, que mostra lado mais sensível do piloto
Uma das séries mais aguardadas do ano acaba de estrear na Netflix. Senna dramatiza a vida do ídolo brasileiro do automobilismo, interpretado com ar de galã por Gabriel Leone.
O seriado ficcional, um dos maiores investimentos nacionais da plataforma de streaming, com produção da Gullane, é bem elaborado e sofisticado. Tem qualidade de imagem, som, design de produção e direção, esta última assinada por Vicente Amorim e Júlia Rezende.
Os oito episódios acompanham a trajetória do piloto, do pequeno Beco ao ícone mundial. “Eu nasci um ano antes do Senna morrer, então cresci em um Brasil com aquele luto”, comenta Leone. “A relação com a Fórmula 1 não era mais a mesma. Eu tinha o Senna como um ídolo por osmose coletiva.”
Por meio da ficção, a série consegue ir da figura pública à intimidade de Ayrton Senna. “Sempre foi o ponto de vista que tentei agregar ao projeto”, comenta a diretora Júlia Rezende. “A Fórmula 1 é muito masculina. Quis trazer sensibilidade e vulnerabilidade.”
Há, claro, muita ação e adrenalina nas cenas de corrida, mas o trunfo é o universo particular, com divórcio de Lilian Vasconcellos (Alice Wegmann), embate com jornalistas, preconceito, relação com família, idas e vindas do amor com Xuxa (Pâmela Tomé) e Adriane Galisteu (Julia Foti) — mesmo que brevemente, devido à exigência da família Senna — e batalha pessoal para conquistar seu lugar na Fórmula 1.
“Para o brasileiro, pode ser um recomeço, talvez não tão grande quanto antes para retomar a paixão de ver corrida”, espera Julia Foti.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 29 de novembro de 2024, edição nº 2921